Taxonomia, distribuição geográfica e filogenia do gênero Codium
Taxonomia, distribuição geográfica e filogenia do gênero Codium
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Oliveira-Carvalho, M. F. <strong>Taxonomia</strong>, <strong>distribuição</strong> <strong>geográfica</strong> e <strong>filogenia</strong> ... 2<br />
RESUMO<br />
<strong>Codium</strong> Stackhouse é um <strong>gênero</strong> exclusivamente marinho, engloba 125 táxons e<br />
encontra-se distribuí<strong>do</strong> nos mares de quase to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, com exceção para as<br />
regiões polares. A maior diversidade infragenérica encontra-se nos mares da zona<br />
temperada e subtropical. No Brasil, são poucas as informações sobre o <strong>gênero</strong>,<br />
sen<strong>do</strong> que a maioria <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s refere-se a levantamentos florísticos de diversas<br />
localidades, se restringin<strong>do</strong> a um pequeno número de publicações. O objetivo deste<br />
trabalho é apresentar o levantamento <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> <strong>gênero</strong> no litoral brasileiro com<br />
ênfase na taxonomia e <strong>distribuição</strong> de seus representantes. Os estu<strong>do</strong>s morfoanatômicos<br />
foram basea<strong>do</strong>s em material coleta<strong>do</strong> em diversos esta<strong>do</strong>s brasileiros<br />
(PB, PE, BA, ES, RJ, SP, SC e RS), na região entre-marés, durante as baixas<br />
marés, com auxílio de espátulas, e quan<strong>do</strong> necessário, através de mergulhos livres<br />
nas poças recifais. Os exemplares foram conserva<strong>do</strong>s em solução de formaldeí<strong>do</strong> a<br />
4%. Para uma melhor compreensão das variações fenotípicas e visan<strong>do</strong> contemplar<br />
um maior número possível de amostras nos esta<strong>do</strong>s brasileiros, foi consulta<strong>do</strong> o<br />
material de <strong>Codium</strong> deposita<strong>do</strong> nos seguintes herbários nacionais indexa<strong>do</strong>s: JPB,<br />
PEUFR, ALCB, HUEFS, RB, R, HB, RFA, SP, SPF e FLOR. Também foram<br />
analisadas as exsicatas <strong>do</strong>s exemplares coleta<strong>do</strong>s pelas expedições oceanográficas<br />
Almirante Saldanha, Akaroa, Canopus e Comissão Recife. Além disso, foram<br />
analisadas as exsicatas de <strong>Codium</strong> procedentes <strong>do</strong> Brasil depositadas no Herbário<br />
da Universidade da Califórnia, Berkeley (UC). Todas as exsicatas foram<br />
cuida<strong>do</strong>samente analisadas, se proceden<strong>do</strong> à confirmação e/ou correção das<br />
identificações. A identificação <strong>do</strong>s táxons foi baseada em caracteres morfológicos<br />
(hábito, padrão de ramificação e dimensões <strong>do</strong>s ramos), anatômicos (diâmetro <strong>do</strong>s<br />
filamentos medulares, morfologia e dimensões <strong>do</strong>s utrículos e disposição de pêlos<br />
ou cicatrizes) e reprodutivos (morfologia, dimensões e inserção <strong>do</strong>s gametângios).<br />
Na costa brasileira, foi registrada a ocorrência de sete táxons infragenéricos,<br />
distribuí<strong>do</strong>s nas seguintes seções: Adhaerentia (C. intertextum), Spongiosa (C.<br />
spongiosum), Tomentosa (C. isthmocladum, C. repens e <strong>Codium</strong> sp.) e Elongata (C.<br />
decorticatum e C. taylorii). C. tomentosum está sen<strong>do</strong> considerada como espécie<br />
duvi<strong>do</strong>sa para o litoral brasileiro e C. profundum como “nome nudum” e, por isto,<br />
citada como <strong>Codium</strong> sp. Devi<strong>do</strong> à marcada plasticidade morfológica, as espécies C.<br />
decorticatum, C. isthmocladum e C. taylorii foram as que apresentaram maiores<br />
dificuldades na identificação taxonômica. Três espécies de hábito ereto como C.<br />
isthmocladum, C. decorticatum e C. taylorii e a de hábito prostra<strong>do</strong> C. intertextum