Taxonomia, distribuição geográfica e filogenia do gênero Codium
Taxonomia, distribuição geográfica e filogenia do gênero Codium
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Oliveira-Carvalho, M. F. <strong>Taxonomia</strong>, <strong>distribuição</strong> <strong>geográfica</strong> e <strong>filogenia</strong> ... 8<br />
Após a liberação e fecundação <strong>do</strong>s gametas biflagela<strong>do</strong>s, o zigoto se desenvolve em<br />
uma vesícula prostrada e amorfa, que posteriormente se alonga, forman<strong>do</strong> os<br />
primeiros utrículos, para finalmente consolidar o talo multiaxial (Park & Sohn 1992).<br />
Os representantes <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> <strong>gênero</strong> habitam os ambientes marinhos, ocorren<strong>do</strong><br />
desde a franja <strong>do</strong> mesolitoral até regiões mais profundas (200 m), fixan<strong>do</strong>-se a<br />
vários tipos de substratos, como rochas, raízes de mangue, conchas velhas e vivas<br />
de moluscos como ostras e mexilhões, cascos de barcos, entre outros (Pedroche et<br />
al. 2002).<br />
Quanto a importancia econômica, algumas espécies são utilizadas como fonte de<br />
alimento para moluscos cultiva<strong>do</strong>s na Califórnia (USA), como também por seres<br />
humanos. Além disso, fornecem compostos bioativos com potencial anticancerígeno<br />
e antibiótico (Verbruggen et al. 2007).<br />
No <strong>gênero</strong>, alguns representantes são considera<strong>do</strong>s verdadeiras pragas em<br />
vários habitats marinhos da região temperada, devi<strong>do</strong> ao grande potencial invasor,<br />
dada a sua rápida propagação e crescimento (Ranus 1971, Bégin & Scheibling<br />
2003, Chavanich et al. 2006). Cita-se como exemplo, C. fragile (Suringar) Hariot<br />
subsp. tomentosoides (van Goor) Silva, nativa <strong>do</strong> Japão, sen<strong>do</strong> considerada a mais<br />
invasiva <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> introduzida na Europa, costa leste e oeste da<br />
América <strong>do</strong> Norte, Austrália, Nova Zelândia e África <strong>do</strong> Sul (Trowbridge 1998, Prince<br />
& Trowbridge 2004). Também têm gera<strong>do</strong> grandes impactos econômicos sobre as<br />
indústrias de moluscos e ostras em Massachussets (USA). Este efeito nocivo se dá<br />
quan<strong>do</strong> o peso da alga ultrapassa o peso <strong>do</strong> hospedeiro (molusco ou ostra), ambos<br />
boiarão e serão transporta<strong>do</strong>s pelas correntes e marés (Ranus 1971).<br />
A maioria <strong>do</strong>s representantes de <strong>Codium</strong> encontra-se distribuí<strong>do</strong> na zona<br />
temperada e subtropical como o Japão (19 espécies), África <strong>do</strong> Sul (19 espécies),<br />
Austrália (18 espécies) e México na costa <strong>do</strong> Pacífico (13 espécies) (Goff et al. 1992,<br />
Pedroche 2001, Pedroche et al. 2002). Na flora tropical e subtropical <strong>do</strong> Atlântico<br />
Ocidental, está representa<strong>do</strong> por 11 táxons infragenéricos (Wynne 2005). No Brasil<br />
estão registradas as seguintes espécies: C. decorticatum (Woodw.) M. Howe, C.<br />
intertextum Collins & Herv., C. isthmocladum Vickers, C. profundum Silva &<br />
Chacana, C. repens P. Crouan ex Vickers, C. spongiosum Harv., C. taylorii P. C.<br />
Silva e C. tomentosum Stackhouse (Oliveira Filho 1977, Pereira et al. 2002, Chacana<br />
et al. 2003, Yoneshigue-Valentin et al. 2006, Pereira et al. 2007).<br />
Os estu<strong>do</strong>s taxonômicos <strong>do</strong> <strong>gênero</strong> <strong>Codium</strong> estão basea<strong>do</strong>s na morfologia<br />
externa (hábito, sistema basal e ramificação); na morfologia interna (filamentos