Taxonomia, distribuição geográfica e filogenia do gênero Codium
Taxonomia, distribuição geográfica e filogenia do gênero Codium
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Oliveira-Carvalho, M. F. <strong>Taxonomia</strong>, <strong>distribuição</strong> <strong>geográfica</strong> e <strong>filogenia</strong> ... 50<br />
Esta<strong>do</strong>s). Dentre as espécies de hábito prostra<strong>do</strong>, C. intertextum apresentou maior <strong>distribuição</strong><br />
(7 esta<strong>do</strong>s). C. spongiosum esteve presente apenas nos Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Espírito Santo e Rio de<br />
Janeiro (Tab. 2). Provavelmente a ocorrência desta espécie na costa brasileira, está<br />
relacionada com a Corrente de Benguela que alcança o norte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo,<br />
originan<strong>do</strong> a Corrente <strong>do</strong> Brasil e esta corrente se constitui em um potencial veículo de<br />
dispersão de representantes oriun<strong>do</strong>s das floras In<strong>do</strong>-Pacífica e Sul-africana (Horta et al.<br />
2001).<br />
Algumas espécies tiveram sua <strong>distribuição</strong> fito<strong>geográfica</strong> ampliada, principalmente para a<br />
Região Nordeste, como C. decorticatum para os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ceará, Paraíba e Alagoas; C.<br />
intertextum para o Esta<strong>do</strong> de Alagoas; C. isthmocladum para os Esta<strong>do</strong>s de Alagoas, Sergipe e<br />
Paraná e C. taylorii para os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Ceará, Paraíba, Alagoas e Paraná.<br />
Com relação aos ambientes insulares, pouquíssimos exemplares de <strong>Codium</strong> foram<br />
encontra<strong>do</strong>s nos herbários consulta<strong>do</strong>s. Neste caso, só foi possível analisar os exemplares<br />
provenientes <strong>do</strong> Arquipélago de Fernan<strong>do</strong> de Noronha (resultan<strong>do</strong> em 3 espécies) e para o<br />
Atol das Rocas, com uma espécie (Tab. 2). Entretanto, Villaça et al. (2006) fizeram registro<br />
de C. decorticatum para o Arquipélago de Trindade, mas nenhuma exsicata referente a esta<br />
citação foi localizada nos herbários consulta<strong>do</strong>s.<br />
Com base nas publicações de Joly (1957; 1965), Pereira et al. (2002), Alves & Moura (2005),<br />
Chacana et al. (2003) e Pereira et al. (2007), oito espécies foram citadas para a flora brasileira:<br />
C. decorticatum, C. intertextum, C. isthmocladum, C. profundum, C. repens, C. spongiosum,<br />
C. taylorii e C. tomentosum. Neste estu<strong>do</strong>, com exceção de C. tomentosum e C. profundum , a<br />
ocorrência das demais espécies foram confirmadas. Registro da ocorrência de C. tomentosum<br />
na costa brasileira foi feito por Pedrini et al. (1992), Pereira et al. (2002) e Villaça et al.<br />
(2006) para o Arquipélago de Fernan<strong>do</strong> de Noronha e por Moebius (1890) para o litoral <strong>do</strong><br />
Rio de Janeiro. Ressalva-se que os registros desta espécie feitos por Pereira et al. (2002) e<br />
Villaça et al. (2006) foram basea<strong>do</strong>s em da<strong>do</strong>s da literatura. Salienta-se que nos herbários<br />
analisa<strong>do</strong>s, não foi observada nenhuma exsicata da referida espécie, assim como não foi<br />
recoleta<strong>do</strong> nenhum material na costa brasileira. Pelos fatos analisa<strong>do</strong>s, considera-se como<br />
duvi<strong>do</strong>sa a ocorrência de C. tomentosum para a costa brasileira. Segun<strong>do</strong> Silva (1960; 1962),<br />
C. tomentosum foi uma espécie erroneamente designada para os <strong>Codium</strong> dicotômicos, pois<br />
cerca de 30 espécies citadas para o Atlântico Ocidental foram designadas como C.<br />
tomentosum, quan<strong>do</strong> na realidade correspondiam a C. isthmocladum, C. taylorii, C. repens e<br />
C. decorticatum. Segun<strong>do</strong> o Código Internacional de Nomenclatura Botânica (artigo 36), o<br />
nome de um novo táxon é considera<strong>do</strong> validamente publica<strong>do</strong>, se acompanha<strong>do</strong> de uma<br />
descrição ou diagnose em latim (Bicu<strong>do</strong> & Pra<strong>do</strong> 2003). Por este motivo C. profundum está