You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
e v i s t a<br />
Artigo imes<br />
de uma etiqueta, de uma marca, de uma qualidade<br />
ou até mesmo do espírito de um produto,<br />
amparando ou complementando as características<br />
e as funções exercidas pelos demais recursos<br />
utilizados (audiovisuais).<br />
Também recorrem a materiais de apoio inovadores,<br />
como “cards”, materiais termocrômicos,<br />
microencapsulados que são encartados em revistas<br />
(forma clássica), “outdoor”, catálogos, páginas<br />
publicitárias, e no marketing direto.<br />
Em níveis subliminares o apelo olfativo visa ao<br />
estímulo do indivíduo exposto, tanto sob o aspecto<br />
de desempenho, ao excitá-lo ou acalmá-lo a<br />
determinadas atividades, quanto de ordem motivacional,<br />
incitando-o ao consumo de determinados<br />
produtos ou serviços, sensibilizado pelo palato ou<br />
por efeitos ambientais.<br />
No entanto, foi constatado que a comunicação<br />
publicitária tradicional recorre ao olfato em<br />
proporções bem menores do que aos demais<br />
recursos.<br />
Quanto ao comportamento concorrencial,<br />
evidenciou-se a preocupação que as marcas têm<br />
em diferenciar-se ou distinguir os seus produtos<br />
dos da concorrência; o foco é sempre promover<br />
uma vantagem competitiva, algo que torne o<br />
produto diferente, se não melhor, em relação aos<br />
demais, disponíveis no mercado.<br />
Por não se tratar de um mercado inovador, as<br />
empresas brasileiras seguem tendências ditadas<br />
pelo internacional, notadamente o americano e o<br />
europeu, que realizam intensas pesquisas de mercado<br />
e sensoriais, para identificar as preferências<br />
de consumo e suas alterações, fenômeno que se<br />
modifica de tempos em tempos.<br />
No entanto, ainda não existem concorrentes<br />
diretos no mercado brasileiro. Uma das empresas<br />
entrevistadas, por exemplo, ressaltou a existência<br />
de organizações que oferecem produtos sucedâneos<br />
ou artigos com sistemas operacionais semelhantes,<br />
mas que se destinam a segmentos de produtos ou<br />
de mercados distintos.<br />
Relativamente aos problemas resultantes da<br />
implantação do marketing olfativo, as empresas<br />
pesquisadas não identificaram a ocorrência de<br />
grandes problemas, exceto alguns de ordem<br />
operacional, pouco representativos.<br />
Existe, ainda, alguma dificuldade no desenvolvimento<br />
de aromas personalizados quando desti-<br />
julho/dezembro-2003<br />
nados a “logos olfativos”, circunstância em que a<br />
solução recomenda o desenvolvimento de<br />
“briefings” da fragrância requerida pelo cliente.<br />
As indústrias dispõem de estatísticas de notas e<br />
ingredientes que não são utilizados por provocarem<br />
rejeições quando introduzidos na formulação de<br />
produtos, como os de beleza com fragrâncias<br />
“gourmet”.<br />
Certos aromas poderão comprometer a saúde<br />
das pessoas a eles expostas, se alérgicas. Assim,<br />
na sua escolha, optam-se pelos que sejam menos<br />
suscetíveis de provocar alergia; aromas menos<br />
insinuantes, mais leves e sem registros de exageros<br />
na sua dosagem.<br />
Consoante com a literatura observada é oportuno<br />
observar que existem, ainda, obstáculos de ordem<br />
técnica, como a perenidade requerida num aroma;<br />
o seu usuário perde a sensação de percepção alguns<br />
segundos após tê-lo sentido.<br />
Aumentar a intensidade odorante num ambiente<br />
para solucionar este problema ensejaria outro<br />
ainda maior, o de tornar o ambiente irrespirável.<br />
Desempenho e segurança também foram<br />
objetos de atenção; a toxidade e/ou a flamabilidade<br />
podem, mais uma vez, ser objeto de problemas de<br />
saúde.<br />
Constatou-se, ainda, a possibilidade de<br />
ocorrência de problemas de ordem ética, diante da<br />
impossibilidade de os aromas serem “aprisionados”<br />
em sua utilização estratégia de marketing. Em sua<br />
obra, Lehu (1999) comenta que, a exemplo dos<br />
mitos publicitários subliminares, os aromas podem<br />
ter influência no subconsciente do comprador e,<br />
por conseqüência, em seu comportamento, sem que<br />
ele se aperceba e controle esse fenômeno.<br />
CONCLUSÕES<br />
Apesar das diferenças de focos existentes entre<br />
as empresas entrevistadas, seus respectivos objetivos<br />
visam, sempre, ao consumidor, quer no que tange<br />
à promoção de seu bem-estar social, emocional ou<br />
físico, quer em sua satisfação relativamente ao<br />
ambiente onde se encontra, agregando qualidade<br />
ao produto ou serviço ofertados.<br />
O desempenho alcançado por uma das<br />
empresas entrevistadas refletiu esta constatação,<br />
ao declarar a conquista de brasileiros por meio de<br />
17