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e v i s t a<br />

Artigo imes<br />

vas”: surgem como resposta da direção empresarial<br />

às pressões de autoridades ambientais e<br />

desaparecem ao serem (quando o são) executadas<br />

medidas emergenciais corretivas destinadas a<br />

apagar incêndios.” (Neder, 1992, p. 7)<br />

Na prática, percebe-se que nenhuma organização<br />

consegue ser 100% ambiental ou ecológica;<br />

por mais que cuide do meio ambiente, trabalhe com<br />

produtos ambientalmente corretos, sempre<br />

praticará atividades ou utilizará recursos que, de<br />

certa forma, trazem impacto e prejuízo ecológico.<br />

Dessa forma, a presença do fator ambiental não<br />

pode ser colocada de forma purista ou total,<br />

aceitando-se nessa categoria empresas que<br />

melhorem sua performance e a do seu setor com<br />

práticas ambientalmente melhores ou sustentáveis.<br />

Corrado (1994. p. 112-119) menciona pesquisa<br />

em que muitas empresas americanas ainda não<br />

empregavam uma política ambiental escrita: somente<br />

7% dos executivos, em 1991, declararam estar<br />

tranquilos quanto ao entendimento das questões<br />

ambientais relativas à empresa e que também havia<br />

programas adequados para fazer face a riscos desse<br />

tipo. No que diz respeito aos empregados, a pesquisa<br />

sugeriu que as preocupações ambientais precisam<br />

ser integradas à cultura e aos valores centrais da<br />

organização. No entanto, o mesmo autor argumenta<br />

que a empresa que tenta mostrar ao mercado uma<br />

posição de compromisso com o ambiente também<br />

tende a ser mais “vigiada” pela mídia.<br />

Aferir a cultura organizacional diante do fator<br />

ambiental é algo complexo. Para indicar uma das<br />

possibilidades desse tipo de análise, propomos um<br />

quadro (Quadro 1) em que se destacam as ações<br />

de gerenciamento ambiental e o perfil da organização<br />

quanto ao nível de risco ecológico3 que<br />

envolve suas atividades.<br />

julho/dezembro-2003<br />

Quadro 1<br />

Pró-ativa: mesmo que seus negócios envolvam<br />

pouco risco ambiental, coloca em prática atividades<br />

de gerenciamento ecológico como uma atribuição.<br />

Ajustada: desenvolve atividades de maior risco<br />

ambiental, mas possui diversas ações de gestão a<br />

fim de minimizar os problemas ou até evitar<br />

ocorrências.<br />

Pragmática: devido ao fato de estar em ramo<br />

que proporciona baixo impacto ambiental, pouco<br />

faz em gestão ecológica, não possuindo uma visão<br />

maior do que seja a postura verde e suas vantagens<br />

competitivas.<br />

Acomodada: embora inserida em atividades de<br />

maior risco ambiental, pouco faz, não acreditando<br />

em acidentes ou crises e, em acontecendo<br />

problemas, toma decisões no sentido de manipular<br />

informações, minimizar a ocorrência ou desqualificar<br />

os denunciantes.<br />

A PUBLICIDADE INTERAGINDO COM A<br />

CULTURA ORGANIZACIONAL E O<br />

FATOR AMBIENTAL<br />

A interação positiva da publicidade com o fator<br />

ambiental ocorre na medida em que a instituição<br />

ostenta uma cultura socialmente responsável.<br />

Mostrar implícita ou explicitamente, por meio da<br />

publicidade, ações ambientais que se revelam<br />

incoerentes, além de provocar erro estratégico no<br />

posicionamento institucional ou mercadológico,<br />

pode gerar descrédito junto aos públicos de<br />

interesse.<br />

No Quadro 2, argüimos os principais<br />

anunciantes em publicidade no Brasil em 2001 4 ,<br />

contrapondo-lhes três ações institucionalizadas de<br />

responsabilidade social: uma em gestão ambiental/<br />

meio ambiente (2003) 5 , outra na defesa do<br />

consumidor (número de reclamações 6 no banco de<br />

dados do Procon-SP em 2002) e outra quanto ao<br />

número de anúncios que contrariaram dispositivos<br />

do Código Nacional de Auto-regulamentação<br />

Publicitária/Conar (2000/2003) 7 .<br />

3 É possível enquadrar diferentes setores em níveis de risco ambiental, caso dos que proporcionam riscos mais altos – indústrias metalúrgicas e minerais – até<br />

mais baixos – mobiliário e vestuário (Torres, 1996, p. 47-49).<br />

4 Fonte: Meio e Mensagem/Anuário da Propaganda 2003.<br />

5 Ações ambientais quanto a gerenciamento ecológico, divulgação de suas atividades sustentáveis e programas ambientais institucionalizados em 2003.<br />

6 Consideramos 25 o número máximo tolerável de reclamações não atendidas.<br />

7 Foram contabilizados anúncios (2000 a 2003) em que o Conar exigiu sustação ou alteração por contrariarem dispositivos do Código em vigor. Consideramos<br />

3 o número máximo tolerável de anúncios modificados por ação do Conar no período 2000/2003. Fonte: Site do Conar, acessado em novembro de 2003.<br />

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