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Adm 58 c - USCS

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e v i s t a<br />

Artigo imes<br />

postos de trabalho. O segundo fato observado<br />

refere-se à atuação das áreas de Recursos Humanos<br />

e Qualidade, proporcionando a internalização do<br />

modelo de gestão dos cinco eixos e a integração<br />

do novo funcionário tanto nos aspectos técnicos<br />

como nos sociais.<br />

No processo de desenvolvimento de pessoas a<br />

capacitação ocorre principalmente em atividades<br />

junto aos postos de trabalho. São reuniões de<br />

solução de problemas, aconselhamentos da linha<br />

de comando e palestras de qualidade que sustentam<br />

o modelo cinco eixos. O desempenho é discutido<br />

formalmente por meio de um instrumento de<br />

avaliação anual. Pelos relatos obtidos junto à direção<br />

da fábrica, as lideranças são preparadas para<br />

conduzir a reunião de discussão do desempenho e<br />

negociar os objetivos futuros. No entanto, tais<br />

encontros acabam não se limitando ao campo<br />

racional/formal e pequenos conflitos existentes<br />

anteriormente vêm à tona. A empresa estimula para<br />

que eventuais desentendimentos pessoais sejam<br />

discutidos e eliminados.<br />

As pessoas são valorizadas quanto a sua remuneração<br />

exclusivamente quando avançam no<br />

domínio de novas competências e habilidades. Não<br />

se observou a premiação de pessoas que apresentam<br />

desempenhos excepcionais, e mesmo o plano<br />

de participação nos resultados existente desvinculou-se<br />

das metas operacionais, transformandose<br />

em um plano de participação nos lucros<br />

mediante negociação com o sindicato.<br />

julho/dezembro-2003<br />

CONCLUSÃO<br />

Ao iniciarmos este artigo, tínhamos como proposta<br />

central da pesquisa estudar as modificações<br />

introduzidas no modelo de gestão de uma indústria<br />

de auto-peças nacional que, há seis anos, teve o<br />

controle de seu capital transferido para uma<br />

multinacional francesa. Integrou ainda a proposta<br />

do pesquisador, apresentar o processo de mudança<br />

ocorrido para a implantação do novo modelo e<br />

se ele poderia ser caracterizado como participativo.<br />

Quando se apresentaram as características do<br />

modelo de gestão da Plásticos Univel – empresa<br />

adquirida pela Valeo Sistemas de Segurança –<br />

constatou-se que o referido modelo estava<br />

alicerçado nas crenças pessoais do proprietário,<br />

no paternalismo e em sua facilidade de acesso às<br />

montadoras. A priori poderia se imaginar que<br />

inexistia qualquer modelo de gestão, mas se<br />

observarmos com mais cautela, constata-se ser um<br />

modelo com características empíricas e pragmáticas<br />

sem qualquer fundamento científico e/ou<br />

preocupação sistêmica com a competitividade;<br />

mesmo assim era um modelo, pois conseguia<br />

mesmo que precariamente simplificar a realidade<br />

complexa onde a empresa inseria-se e tornava o<br />

entendimento facilitado em relação ao ambiente<br />

para as pessoas que ali trabalhavam. Já o modelo<br />

de gestão implantado no Brasil pela Valeo estava<br />

alicerçado nos conceitos da TPS – Toyota Productive<br />

System, e que já havia sido comprovadamente<br />

testado em outras unidades da empresa no mundo,<br />

garantindo plena confiança no mesmo por parte da<br />

alta <strong>Adm</strong>inistração.<br />

A segunda conclusão que a análise nos permite<br />

efetuar é que se trata de uma mudança que<br />

transformou a personalidade da organização,<br />

alterando profundamente os padrões de como os<br />

processos eram executados e de como as pessoas<br />

seriam gerenciadas a partir daquele momento. Para<br />

as pessoas que permaneceram na organização, o<br />

nível de profissionalização e de capacitação técnica<br />

e interpessoal aumentou significativamente. Uma<br />

característica que possibilitou a sobrevivência das<br />

pessoas na organização e a conseqüente adaptação<br />

ao novo modelo foi suportar a pressão em sentido<br />

top-down no que se refere à busca do zero defeito<br />

e à prestação de um serviço interno/externo com<br />

qualidade total.<br />

Para a empresa, os indicadores econômicos<br />

inequivocamente apontam para o benefício direto<br />

que o modelo proporcionou. Para os clientes, o<br />

modelo transmitiu confiabilidade e a certeza de que<br />

a maioria dos processos poderia ser rastreada e as<br />

não conformidades poderiam ser evitadas ou<br />

minimizadas. Para as pessoas, embora o caráter<br />

participativo seja apregoado, evidencia-se que esta<br />

participação é relativa, pois os indicadores de<br />

gestão, ao serem estabelecidos pela matriz francesa<br />

em sua maioria, carregam consigo uma preocupação<br />

em assegurar ao Conselho de <strong>Adm</strong>inistração da<br />

empresa que a estratégia esteja sendo bem<br />

executada, tal como se prevê em um bom manual<br />

de governança corporativa. A liberdade que as<br />

pessoas possuem para alterá-los é mínima, ficando<br />

a negociação restrita aos níveis hierárquicos<br />

superiores e que habitualmente fornecem<br />

explicações à França por eventuais impossibilidades<br />

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