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Adm 58 c - USCS

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e v i s t a<br />

Artigo imes<br />

gestão de pessoas foram modificadas. Como<br />

exemplo das mais significativas, pode-se citar<br />

aquelas referentes às contratações que passaram a<br />

privilegiar o jovem com 2º grau completo, com<br />

potencial de desenvolvimento e perfil generalista.<br />

Para cargos mais especializados e de nível superior,<br />

passaram a valorizar escolas de 1ª linha, o domínio<br />

do idioma inglês, além dos requisitos específicos<br />

do cargo. A política de remuneração contempla um<br />

plano de evolução salarial e de cargos conforme as<br />

pessoas avançam na polivalência – conseguir<br />

produzir mais de um produto – e na policompetência<br />

– que inclui, além da operação do equipamento,<br />

agregar valor realizando funções de qualidade,<br />

manutenção e organização do posto de trabalho.<br />

A empresa possui um plano de participação nos<br />

resultados, que até três anos atrás considerava os<br />

indicadores de produção para remunerar as pessoas.<br />

Atualmente os critérios são negociados com o<br />

sindicato. A linha de comando valoriza a avaliação<br />

de desempenho e o feedback às pessoas, bem como<br />

a comunicação dos novos objetivos para o período<br />

seguinte.<br />

Do ponto de vista dos indicadores econômicos,<br />

o faturamento da empresa em 2003 é aproximadamente<br />

45% superior em relação à época da<br />

compra e o número clientes atendidos mais que<br />

dobrou. A devolução de produtos por parte dos<br />

clientes medida em partes por milhão decresceu<br />

de 781 em 1999 para 168 em 2002. O refugo<br />

interno de produto acabado foi reduzido de 2962<br />

partes por milhão em 1999 para 382 em 2002.<br />

Estes indicadores evoluíram positivamente e têm<br />

garantido à empresa sua competitividade no<br />

mercado de auto-peças.<br />

ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

DA PESQUISA<br />

O contexto, segundo Pettigrew (1987), requer<br />

que a empresa entenda por que necessita mudar.<br />

O que os dados apresentados evidenciam<br />

notadamente para o contexto externo é que o<br />

proprietário da Univel, para manter a continuidade<br />

de seu negócio, precisaria realizar alianças com<br />

empresas internacionais para o licenciamento de<br />

marca e/ou de tecnologia. Essa atitude possibilitaria<br />

manter o nível de competitividade da empresa, e<br />

talvez não o estimularia a aceitar a oferta de compra<br />

formulada pelo grupo Valeo. Por outro lado, a Valeo,<br />

julho/dezembro-2003<br />

com presença mundial, sabia que a estratégia das<br />

montadoras era fechar negócio com aquelas<br />

fornecedoras de auto-peças dispostas a acompanhálas<br />

seja aonde for, e o Brasil na década de 1990<br />

estava recebendo a cada ano novas montadoras.<br />

O conteúdo da mudança privilegiou a filosofia<br />

da Qualidade Total aplicada indistintamente nas<br />

áreas operacionais e administrativas. Esta estratégia,<br />

de acordo com os dados descritos, teve nas pessoas<br />

seu principal alicerce para a transformação da<br />

organização.<br />

O processo de mudança se deu por meio de<br />

treinamento sobre o novo modelo de gestão,<br />

inicialmente ministrado por instrutores franceses.<br />

Observou-se que para os menores níveis<br />

hierárquicos houve necessidade que instrutores<br />

brasileiros assumissem a transmissão dos<br />

conhecimentos, em parte por causa do idioma, mas<br />

a principal causa foi a resistência observada nas<br />

pessoas em abandonar a estrutura funcional antiga<br />

e incorporar o novo modelo de trabalho em células.<br />

Outra maneira de reforçar a identificação com o<br />

novo modelo foi demonstrar à linha de comando<br />

qual era seu papel para facilitar a incorporação do<br />

comportamento esperado e que haveria<br />

monitoramento constante por parte da matriz<br />

francesa, que determinaria os indicadores a serem<br />

atingidos e periodicamente realizaria auditorias de<br />

verificação.<br />

A profundidade dessa mudança, segundo<br />

Ledford (1989), altera de forma permanente a forma<br />

de a empresa operar. Internamente alteram-se<br />

costumes e valores e externamente a forma como<br />

os clientes avaliam o atendimento às suas<br />

necessidades. Como este modelo de gestão<br />

funciona há seis anos, constata-se que a Valeo não<br />

tinha à época, e não tem no presente, intenção de<br />

descontinuá-lo, afastando o caráter de modelo<br />

temporário. A extensão da mudança introduzida na<br />

Valeo é alta, pois todas as áreas da empresa foram<br />

afetadas. A complexidade de uma mudança desta<br />

ordem também é alta, pois o tamanho da organização<br />

requer que se estabeleçam relacionamentos e<br />

vínculos contratuais dentro e fora da empresa.<br />

A abordagem que fazem Muscat & Fleury (1993)<br />

enfatiza a necessidade de a empresa eleger um<br />

rol de indicadores para acompanhar e medir seu<br />

desempenho frente aos competidores diretos. O<br />

modelo de gestão denominado de cinco eixos<br />

estabeleceu os fatores críticos que contribuiriam<br />

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