Di.rio fim-de-semana 4876 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico - Sapo
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UNIDO<br />
Brown exige in<strong>de</strong>mnização a Goldman Sachs<br />
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse ontem que se ficar provado<br />
que o banco Goldman Sachs infringiu a lei e cometeu frau<strong>de</strong>, tendo em conta<br />
as acusações <strong>de</strong> que é alvo pelo regulador do mercado <strong>de</strong> valores mobiliá<strong>rio</strong>s<br />
nos Estados Unidos, <strong>de</strong>verá recompensar o Reino Unido. Brown falou em<br />
centenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> dólares que terão <strong>de</strong> ser pagos como compensação<br />
aos bancos e as contribuintes britânicos. Entretanto, também os reguladores<br />
britânicos e alemães abriram investigações à activida<strong>de</strong> do banco.<br />
tor político cada vez mais incontornável<br />
partido nas últimas sondagens,<br />
era natural que as expectativas<br />
fossem elevadas<br />
quanto ao tira-teimas da passada<br />
quinta-feira à noite. Supostamente<br />
centrado na política<br />
externa, Clegg conseguiu<br />
expor as suas cre<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong><br />
europeísta e <strong>de</strong>fensor do <strong>fim</strong><br />
do sistema <strong>de</strong> armas nucleares<br />
britânicas Tri<strong>de</strong>nte. O lí<strong>de</strong>r<br />
Conservador, David Cameron,<br />
por seu lado, procurou recuperar<br />
o terreno perdido, conseguindo<br />
ter uma prestação<br />
mais segura do que o lí<strong>de</strong>r Tra-<br />
balhista. Ao longo do <strong>de</strong>bate,<br />
Gordon Brown assumiu por<br />
diversas vezes um tom justificativo,<br />
tendo por exemplo dificulda<strong>de</strong><br />
em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a participação<br />
militar britânica no<br />
Afeganistão, esforço humano<br />
e financeiro cada vez mais insustentável<br />
junto da opinião<br />
pública britânica. Sem o efeito<br />
surpresa ante<strong>rio</strong>r, este <strong>de</strong>bate<br />
acabou sobretudo por consolidar<br />
e consagrar a existência <strong>de</strong><br />
uma terceira opção que, embora<br />
po<strong>de</strong>ndo não ser capaz <strong>de</strong><br />
formar governo por si só, po-<br />
Toby Melville/Reuters<br />
<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>ter o crucial papel <strong>de</strong><br />
“fazedor <strong>de</strong> coligações” que<br />
evite a existência futura <strong>de</strong> um<br />
eventual governo minoritá<strong>rio</strong>.<br />
“I agree with Nick”, ou “Get<br />
real, Nick” – enquanto<br />
soundbytes recorrentes nos<br />
<strong>de</strong>bates – reflectem bem a escolhacomaqualConservadores<br />
e Trabalhistas po<strong>de</strong>rão vir<br />
a ter que lidar muito em breve.<br />
Se dúvidas houvesse, o segundo<br />
<strong>de</strong>bate confirmou que Nick<br />
Clegg é o novo actor da política<br />
britânica. O actor político<br />
cada vez mais incontornável. ■<br />
O lí<strong>de</strong>r dos Conservadores<br />
apresentou-se frente às câmaras<br />
mais “confiante e relaxado”<br />
Bárbara Silva<br />
barbara.silva@economico.pt<br />
Nick Clegg continua a afirmarse<br />
como a gran<strong>de</strong> surpresa das<br />
eleições mais disputadas <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1997 no Reino Unido. Ontem, o<br />
jovem, “bem parecido” e telegénico<br />
lí<strong>de</strong>r do Partido Liberal<br />
Democrata, a terceira força<br />
política no Reino Unido, provou<br />
que não é um “one-hit<br />
won<strong>de</strong>r” e manteve-se à altura<br />
do conservador David Cameron,comosdoisaterminarem<br />
empatados no primeiro lugar o<br />
segundo <strong>de</strong>bate televisivo “a<br />
três”, a contar para as eleições<br />
<strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Maio.<br />
Uma sondagem YouGov publicado<br />
pelo jornal “The Sun”<br />
colocou David Cameron à frente,<br />
com 36%, Nick Clegg com<br />
32% e o primeiro-ministro<br />
Gordon Brown com 29%. Um<br />
outro inquérito <strong>de</strong> opinião da<br />
empresa ComRes para a ca<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> televisão ITV News diz que<br />
Clegg foi <strong>de</strong> novo o vencedor<br />
com 33%, à semelhança do que<br />
aconteceu no primeiro <strong>de</strong>bate<br />
<strong>de</strong> 15 Abril, com Cameron e<br />
Brown empatados nos 30%. Na<br />
primeira intervenção, o chefe<br />
do Governo britânico fez questão<br />
<strong>de</strong> lembrar que os <strong>de</strong>bates<br />
políticos “não são concursos <strong>de</strong><br />
popularida<strong>de</strong>”.<br />
Gordon Brown fazia assim<br />
alusão à “Cleggmania” que se<br />
instalou no Reino Unido <strong>de</strong>pois<br />
do candidato surpresa dos liberais<br />
<strong>de</strong>mocratas se ter sagrado<br />
vencedor do primeiro <strong>de</strong>bate,<br />
ofuscando os veteranos Cameron<br />
e Brown. Desta vez, o tom<br />
dos dois face a Nick Clegg mudou<br />
<strong>de</strong> con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte para<br />
agressivo, com ataques cerrados<br />
aos pontos-fracos do liberal<strong>de</strong>mocrata.<br />
Em caso <strong>de</strong> vitória nas eleições<br />
sem maioria absoluta (até<br />
agora o cená<strong>rio</strong> mais provável),<br />
tanto os conservadores como os<br />
trabalhistas terão <strong>de</strong> se voltar<br />
para os liberais-<strong>de</strong>mocratas<br />
para tentar formar governo, o<br />
que po<strong>de</strong>rá resultar num impasse<br />
e obrigar a novas eleições.<br />
A última vez que isso aconteceu<br />
no Reino Unido foi em 1974.<br />
Em discussão durante os 90<br />
minutos <strong>de</strong> ontem estiveram temas<br />
actuais <strong>de</strong> política externa,<br />
Sábado 24 Abril 2010 <strong>Di</strong>á<strong>rio</strong> <strong>Económico</strong> 29<br />
Cameron e Clegg<br />
empatados no<br />
segundo <strong>de</strong>bate<br />
como as relações com a Europa<br />
e os Estados Unidos, a guerra no<br />
Afeganistão, as alterações climáticas<br />
e a visita do Papa Bento<br />
XVI ao Reino Unido em Setembro.<br />
Para a <strong>semana</strong>, os três candidatos<br />
vão <strong>de</strong>bater temas económicos.<br />
O <strong>de</strong>bate foi visto por<br />
quatro milhões <strong>de</strong> pessoas, contra<br />
os 9,54 milhões que viram o<br />
primeiro <strong>de</strong>bate.<br />
<strong>Di</strong>zemosanalistasqueDavid<br />
Cameron apren<strong>de</strong>u a lição <strong>de</strong>pois<br />
do primeiro <strong>de</strong>bate, a 15 <strong>de</strong><br />
Abril, apresentando-se ontem<br />
“mais confiante e mais relaxado”<br />
e roubando a Nick Clegg<br />
(que <strong>de</strong>sta vez ficou ao meio) a<br />
estratégia <strong>de</strong> falar directamente<br />
para a câmara. Gordon Brown<br />
apostou numa estratégia ofensiva,<br />
acusando Cameron <strong>de</strong> ser<br />
anti-europeu e Clegg <strong>de</strong> ser anti-americano.<br />
“E os dois estão<br />
afastados da realida<strong>de</strong>”, disse<br />
Brown, comparando os opositores<br />
(16 anos mais novos) aos seus<br />
filhos, quando andam à luta. ■<br />
Em discussão<br />
estiveram temas<br />
actuais <strong>de</strong> política<br />
externa, como as<br />
relações com a<br />
Europa e os Estados<br />
Unidos, a guerra no<br />
Afeganistão, as<br />
alterações climáticas<br />
e a visita do Papa<br />
Bento XVI ao Reino<br />
Unido em Setembro.