Di.rio fim-de-semana 4876 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico - Sapo

30 | Outlook | Sábado, 24.4.2010
BASTIDORES
Uma casa com 13 milhões de livros
A Leya tem um armazém gigante onde guarda todos os livros das
suas editoras. Só uma pequena parte (60 mil) irá para a feira do livro
TEXTO ANTÓNIO SARMENTO / FOTOS NEVES ANTÓNIO
Olocal onde estão guardados
todos os livros da editora
Leya pode ser conhecido
por três nomes: o armazém,oCentrodeOperações
Logísticas (COL) ou o
cofre. O último, menos institucional, é
usado na brincadeira pelos funcionários
da empresa. “Isto é como se fosse um
banco. Só que em vez de notas temos aqui
13 milhões de livros”, explica Rui Gomes,
o responsável operacional do “cofre” da
Leya. São estes livros que abastecem as
maiores livrarias do País, as grandes superfícies
e boa parte dos pavilhões da
Feira do Livro, que começa a 29 de Abril e
termina no dia 16 de Maio.
Tal como num banco, em que as moedas e
as notas de cada valor têm um compartimento
próprio, também os livros têm uma
localização específica. Caso contrário, seria
como estivéssemos à procura de uma
agulha no palheiro. “Os livros estão arrumados
por corredor, bloco e nível”, expli-
“Isto é como se fosse
um banco. Só que
em vez de notas
temos 13 milhões
de livros”, explica
Rui Gomes,
o responsável
operacional do
centro de operações
logísticas da Leya
ca Rui Gomes. No dia em que o Outlook visitou
o armazém da Leya, no Montijo, duas
funcionárias encontravam-se no corredor
21, bloco 51 e nível 2A. Arrumaram alguns
livros e dirigiram-se para o espaço
em frente, com outros quatro números e
uma letra diferente. Deslocavam-se com
uma rapidez impressionante. “Qualquer
pessoa que venha para cá trabalhar aprende
logo a movimentar-se. O corredor é
como se fosse uma avenida, o bloco é o
prédioeonívelcorrespondeaoandar”,
conta o responsável operacional.
A rapidez das funcionárias tinha dois motivos.
O primeiro, claro, é manter a organização
do espaço e, o segundo, é o de
conseguir ter um bom desempenho profissional.
“Sei, em média, quantos livros é
que cada funcionário arrumou”, diz Rui
Gomes. Segundo o responsável, quem fizer
o trabalho bem feito tem direito a algumas
regalias: por exemplo, poder tirar
mais dias de férias ou não ter o salário descontado
se precisar de se ausentar para re-
solver um problema pessoal.
Enquanto as funcionárias andam com o
carrinho entre os corredores, César está
junto a um scanner. Este empregado tem
de passar com os livros na máquina e esperar
que o aparelho emita as etiquetas
para serem coladas nos livros. A seguir, as
obras entram em caixas para serem entregues
aos clientes. O trabalho de César
também é controlado ao minuto. “Consigo
saber quantos livros passaram pelo
‘scanner’ em 60 segundos”, afirma Rui.
“É bom existir esta contabilidade porque
estimula a competitividade entre nós”,
sublinha o empregado. Afinal de contas,
sabe sempre bem tirar mais uns dias de férias.
Longe dali, estão outros grupos de
funcionários que desempenham tarefas
variadas: Enquanto uns tiram etiquetas
dos livros devolvidos, outros contam os
novos títulos que acabam de chegar.
O STRESSE DA FEIRA DO LIVRO
No período da Feira do Livro ninguém