50 <strong>Di</strong>á<strong>rio</strong> <strong>Económico</strong> Sábado 24 Abril 2010 DESPORTO João Pina conquistou a primeira medalha numa gran<strong>de</strong> competição internacional e celebrou como se estivesse a viver um sonho em Viena. O campeão europeu que trocou o Benfica pelo Sporting Judo Atleta venceu na Áustria o russo Batradz Kaitmatzov (-73 kg) <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> superar um checo, um holandês e um polaco. Paulo Jorge Pereira paulo.pereira@economico.pt A primeira medalha <strong>de</strong> ouro ganha pelo judoca João Pina (-73 kg) numa gran<strong>de</strong> prova internacional teve <strong>de</strong>stinatá<strong>rio</strong>s especiais, alguém que sentiu estarsempreaoseuladonopróp<strong>rio</strong> cená<strong>rio</strong> da competição. “Dedico o título europeu à minha mãe, à minha mulher e ao meu filho porque me apoiaram sempre e foi como se lutassem ao meu lado.” Pina,<strong>de</strong>28anos,ganhouno Europeu em Viena a final face ao russo Batradz Kaitmatzov, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ultrapassar o checo Jaromir Jezek, o holandês Dex Elmont e o polaco Krzystof Wilkomirski. E, sendo benfiquista, reconhece que a troca do clube da Luz pelo Sporting no início da época o ajudou. “Fiquei com melhores condições monetárias, um modo mais profissional <strong>de</strong> encarar o treino e isso garantiu estabilida<strong>de</strong>. A <strong>de</strong>cisão foi positiva, embora sentisse dificulda<strong>de</strong>s em mudar, pois o grupo era muito bom e também lhes <strong>de</strong>vo parte <strong>de</strong>sta medalha”, conce<strong>de</strong>. “O adversá<strong>rio</strong> mais complicado foi o holandês”, contou Michel Almeida, técnico <strong>de</strong> Pina e também ele campeão europeu enquanto atleta há <strong>de</strong>z anos em Wroclaw. “Tinha eliminado o João no Europeu da Geórgia e o combate foi muito fechado porque se conheciam.” Como foi possível o percurso vito<strong>rio</strong>so é algo que Almeida sintetiza: “Conciliou algo que lhe faltava – foi sistemático em termos técnicos e no capítulo táctico, afirmando o potencial <strong>de</strong> inovar quando as circunstâncias o exigiram. Não cometeu erros, dominou os combates e aconteceu algo que todos esperávamos há muito: ganhou a medalha.” “Dedico o título europeu à minha mãe, à minha mulher e ao meu filho”, confessou o judoca em tom emocionado após o triunfo. Dominic Ebenbichler /Reuters A trabalhar com João Pina <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005, Michel Almeida refere que <strong>de</strong>finir estratégias antes dos combates através da observação dos adversá<strong>rio</strong>s e uma preparação se altos e baixos foram fundamentais para o sucesso. “Cheguei com expectativas <strong>de</strong> ganhar uma medalha e, à medida que os combates foram correndo bem, confiança e motivação aumentaram, permitindo-me chegar ao ouro”, conta Pina. Além do apuramento olímpico, o judoca vai concentrar-se no Mundial, marcado para Setembro. Na próxima <strong>semana</strong> há Nacional <strong>de</strong> equipas... Próximo objectivo: Tunísia Explica Michel Almeida o que está no horizonte em termos <strong>de</strong> competição internacional para o judoca do Sporting: “O próximo objectivo é o Grand Prix da Tunísia, agendado para daqui a duas <strong>semana</strong>s. Primeiro vamos avaliar o estado do João, porque num <strong>de</strong>sporto <strong>de</strong> combate há sempre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ficarem marcas. Contudo, até para tirarmos partido do excelente momento<strong>de</strong>formaqueestáa viver, em princípio a sua presença na prova africana, primeira do apuramento olímpico, <strong>de</strong>verá estar garantida.” ■ <strong>Di</strong>reito enfrenta Agronomia num braço-<strong>de</strong>-ferro Râguebi Des<strong>de</strong> 2007, os agrónomos per<strong>de</strong>ram duas finais. Uva e Cardoso Pinto tiram teimas. Alberto Teixeira alberto.teixeira@economico.pt O braço-<strong>de</strong>-ferro entre Vasco Uva e Duarte Cardoso Pinto bem po<strong>de</strong> servir como metáfora alargada às equipas <strong>de</strong> <strong>Di</strong>reito e Agronomia. Esta tar<strong>de</strong>, os dois capitães vão revisitar a história dos últimos quatro anos quando se <strong>de</strong>frontarem no Estádio Nacional (17h00, Sport TV3), numa final do Campeonato Nacional<strong>de</strong>Râguebiqueseráuma espécie <strong>de</strong> tira-teimas. VascoUvaeDuarteCardoso Pinto têm um percurso semelhante no râguebi, mas por caminhos diferentes. Há 21 anos no clube, Cardoso Pinto ajudou Agronomia a conquistar o seu primeiro título <strong>de</strong> campeão em 2007, <strong>de</strong>rrotando precisamente Uva e o <strong>Di</strong>reito antes <strong>de</strong> rumar aos franceses do Blagnac, <strong>de</strong> Toulose. Já Uva, que conta com 12 anos na casa que o viu nascer para o râguebi, ajudou <strong>Di</strong>reito a <strong>de</strong>rrotar Duarte e Agronomia em 2009, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> regressar da aventura francesa <strong>de</strong> um ano no Montpellier Hérault. Mais:estaéaquartafinal consecutiva dos agrónomos, que voltaram a dominar a fase regular do Nacional e procuram, por isso, afastar o fantasma da <strong>de</strong>rrota final nos últimos dois anos. “É difícil <strong>de</strong> explicar. Temos falhado a abordagem em relação ao jogo final”, lamenta o médio-<strong>de</strong>-abertura dos agrónomos. “O fantasma vai estar certamente ultrapassado, já que o adversá<strong>rio</strong> sabe que irá per<strong>de</strong>r se entrar com medo”, consi<strong>de</strong>ra o número 8 dos advogados. Gar<strong>de</strong>ner e Leal <strong>de</strong>cisivos Companheiros na selecção, VascoUvaeDuarteCardoso Pinto garantem que têm “uma óptima relação”, oriunda “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo <strong>de</strong> juniores”. No en- Vasco Uva e Duarte Cardoso Pinto esperam um jogo combativo esta tar<strong>de</strong>, mas leal. tanto, tudo muda <strong>de</strong>ntro das quatro linhas. “Vamos ser leais, mas será impossível evitar contacto físico e alguma dureza na abordagem aos lances”, antevê o capitão dos actuais <strong>de</strong>tentores do título que, <strong>de</strong>vido à posição em campo, enfrentará a oposição directa <strong>de</strong> Duarte. “Tentarei fugir da marcação do Uva, mas, se tiver a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o placar, assim será”, avisa Cardoso Pinto. A par <strong>de</strong>ste duelo, os dois internacionais portugueses apontam outro que po<strong>de</strong>rá resolver a final: entre os melhores marcadores do campeonato, Pedro Leal, do lado <strong>de</strong> <strong>Di</strong>reito, e Joe Gar<strong>de</strong>ner, do lado <strong>de</strong> Agronomia. “São dois gran<strong>de</strong>s finalizadores. O Pedro tem a vantagem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>cisivo não só através dos pontapés, mas também pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar com a bola na mão. O Joe tem o pontapé mais forte, algo que lhe permite fazer pontos <strong>de</strong> qualquer parte do campo”, avalia Uva. Por essa razão, assumem ambos, há que evitar as faltas. “Ninguém vai po<strong>de</strong>r cometêlas. As equipas sabem que do outro lado estará sempre um especialista nos pontapés”, assume o capitão <strong>de</strong> Agronomia.■ “Tenho uma óptima relação com o Duarte e vai haver lealda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> campo,mas será impossível evitar alguma dureza na abordagem aos lances”, avisa Uva. Paula Nunes
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