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Revista dependências - Novembro 2007

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14 | Dependências | Programa Klotho<br />

Programa KLOTHO:<br />

Porque só há uma maneira de saber…<br />

As Moiras (Moirae), deusas gregas que recebem o nome<br />

de “Fiadeiras do Destino”, controlam o destino de todos<br />

desde o momento do nascimento até à sua morte.<br />

Apesar do debate sobre a sua paternidade, supõe-se que<br />

sejam filhas da deusa Themis (Justitia, para os romanos)<br />

e de Zeus. Segundo Ésquilo, são irmãs, por parte de mãe,<br />

das Horae (horas - deusas das 3 estações do ano gregas).<br />

As três Moiras são: Klotho, Lachesis e Atropos.<br />

Klotho é a tecelã, responsável por tecer o destino dos<br />

homens com seu fuso mágico.<br />

Lachesis é a medidora, distribuidora e avaliadora.<br />

Atropos representa o inevitável, a que corta o fio da vida<br />

com sua tesoura mágica.<br />

A Coordenação Nacional para a Infec-<br />

ção VIH/sida e o Instituto da Droga e da<br />

Toxicodependência consideram prioritária a<br />

intervenção conjunta em matéria de doenças<br />

infecciosas junto dos utilizadores drogas. A<br />

comunidade de utilizadores de drogas repre-<br />

senta a maioria dos casos acumulados de in-<br />

fecção VIH e possui uma elevada prevalência<br />

da infecção VIH/sida.<br />

O Programa Klotho é uma intervenção de<br />

saúde pública direccionado a utilizadores de<br />

drogas com o objectivo de desenvolver uma<br />

rede de identificação precoce da infecção e<br />

integração local horizontal dos prestadores<br />

de cuidados de saúde.<br />

O programa centra-se nos utilizadores de<br />

drogas e é adaptado à especificidade da sua<br />

relação com as estruturas de saúde. Os ser-<br />

viços de apoio a toxicodependentes e as es-<br />

truturas de redução de riscos e minimiza-<br />

ção de danos, apreendem as particularida-<br />

des dos códigos e dos valores da sub-cultu-<br />

ra da droga e estabelecem relações de con-<br />

fiança entre os profissionais de saúde e os<br />

utilizadores de drogas possibilitando a pas-<br />

sagem de uma mensagem credível de acon-<br />

selhamento e prevenção.<br />

Para tal, o programa assume estrategica-<br />

mente a tecnologia de testes rápidos de de-<br />

tecção da infecção VIH e maximiza as rela-<br />

ções de referenciação entre diferentes pres-<br />

tadores de cuidados de saúde, centrando-se<br />

na obtenção de ganhos em saúde.<br />

O Programa tem a duração de 24 meses e<br />

prepara os prestadores de cuidados de saú-<br />

de e os seus profissionais de saúde envolvi-<br />

dos para uma rotina futura.<br />

Necessidade de Saúde<br />

Os utilizadores de drogas injectáveis, de<br />

acordo com a informação disponível, repre-<br />

sentam ainda a maioria dos casos acumula-<br />

dos de infecção VIH, apresentando uma ele-<br />

vada prevalência da infecção VIH/sida.<br />

Os relatórios anuais do Instituto Português<br />

da Droga e da Toxicodependência (IPDT)<br />

e posteriormente do Instituto da Droga e<br />

Toxicodependência (IDT), revelam que entre<br />

os toxicodependentes que procuraram trata-<br />

mento pela primeira vez:<br />

• 19% eram seropositivos para o VIH, em 1999;<br />

• 14% eram seropositivos para o VIH, em 2000;<br />

• 14% eram seropositivos para o VIH, em 2001;<br />

• 11% eram seropositivos para o VIH, em 2002;<br />

• 15% eram seropositivos para o VIH, em 2003;<br />

• 12% eram seropositivos para o VIH, em 2004.<br />

Estudos de âmbito nacional que incidiram<br />

sobre os consumidores drogas ilícitas injec-<br />

táveis, permitiram estimar para 2002 uma<br />

prevalência de 4,3 a 6,4 de Utilizadores de<br />

Drogas Injectáveis (UDI) por 1000 habitan-<br />

tes, dos 15 aos 64 anos, e uma percentagem<br />

de seropositividade para o VIH de 26% no to-<br />

tal destes consumidores. Segundo o Inqué-<br />

rito Nacional ao Consumo de Substâncias<br />

Psicoactivas na População Portuguesa de<br />

2001, 1% da população portuguesa (15-64<br />

anos) já consumiu heroína, 0,2% tinham con-<br />

sumido no último ano e 0,1% no último mês.<br />

O diagnóstico precoce da infecção VIH/sida é<br />

fundamental para uma estratégia consisten-<br />

te e eficaz de Prevenção da transmissão da<br />

infecção e da ocorrência da Doença:<br />

• O conhecimento da seropositividade VIH<br />

contribui para a redução de comportamen-<br />

tos de risco face ao próprio e a outros.<br />

• A detecção precoce permite iniciar o trata-<br />

mento numa fase inicial da infecção, aumen-<br />

tando a qualidade e a esperança de vida do<br />

indivíduo, assim como comportamentos pro-<br />

tectores do seu estado de saúde.

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