Revista dependências - Novembro 2007
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16 | Dependências | Dependências na Região Oeste<br />
Novos desafios significam<br />
novas respostas (integradas)<br />
O Centro de Respostas Integradas do Oeste organizou, nos<br />
passados dias 5 e 6 de <strong>Novembro</strong>, o seminário Dependências<br />
na Região Oeste, um momento de reflexão relativamente ao<br />
trabalho desenvolvido ao longo dos últimos sete anos pelo<br />
anteriormente designado CAT de Torres Vedras. O programa<br />
científico do encontro contou com presenças de técnicos<br />
nacionais provenientes das diversas áreas de intervenção do<br />
IDT e de profissionais de várias instituições com intervenção<br />
em toxico<strong>dependências</strong>. Durante dois dias, várias mesas de<br />
trabalho desenvolveram temáticas como: Toxico<strong>dependências</strong>:<br />
Novos Desafios/Novas Respostas; Que Prevenção das<br />
Toxico<strong>dependências</strong> Hoje? Que Tratamentos? Sida/Hepatites/<br />
Tuberculose; Que Redução de Danos? Alcoolismo: A Outra<br />
Face da Toxicodependência; Que Integração Social; e Ligação<br />
à Comunidade. De realçar a inusitada afluência de público ao<br />
evento, registando-se uma verdadeira enchente no Auditório<br />
da Câmara Municipal de Torres Vedras. No final do evento,<br />
Dependências conversou com Nuno Cotralha, Director do CRI do<br />
Oeste e com Paulo Seabra.<br />
Dep – Que objectivos mediaram a organização<br />
deste encontro subordinado ao tema<br />
Dependências na Região Oeste?<br />
Nuno Cotralha (N.C.) – Este encontro é, antes<br />
de mais, um momento de balanço e de partilha<br />
do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido<br />
pelo CAT de Torres Vedras, actual Equipa de<br />
Tratamento de Torres Vedras. A vitalidade e a<br />
dinâmica desta Equipa – presentemente constituída<br />
por cinco psicólogos clínicos, um médico<br />
psiquiatra, três enfermeiros, uma técnica de<br />
serviço social, uma mediadora do Programa Vida-Emprego<br />
(psicóloga clínica), três técnicas<br />
psicossociais, uma administrativa e uma auxiliar<br />
de apoio e vigilância –, tem tornado possível<br />
responder, ao longo dos últimos sete anos,<br />
à população toxicodependente e seus familiares,<br />
mas também aos jovens e adolescentes,<br />
que igualmente residem nos concelhos de Arruda<br />
dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral<br />
de Monte Agraço e Torres Vedras. Assim,<br />
em parceria com reconhecidos especialistas e<br />
representantes de entidades locais, estamos a<br />
reflectir sobre prevenção, tratamento, doenças<br />
infecto-contagiosas, redução de danos, alcoolismo,<br />
integração social, etc., para que os novos<br />
desafios de hoje, venham a gerar novas e<br />
melhores respostas amanhã. Mas respostas de<br />
integração e de continuada ligação à comunidade.<br />
Esse é, aliás, o grande desafio que se coloca<br />
às unidades de intervenção local pois, como<br />
sabe, com a remodelação dos estatutos do<br />
IDT em Maio último, foi constituído o Centro de<br />
Respostas Integradas para a área territorial do<br />
Oeste que integra, para além da Equipa de Tratamento<br />
de Torres Vedras, as Equipas de Tratamento<br />
das Caldas da Rainha e de Peniche.<br />
Dep – Esta alteração corresponde igualmente<br />
a um novo paradigma de intervenção… Como<br />
está a decorrer o ajustamento do dispositivo<br />
face às novas exigências?<br />
N.C. – O ajustamento está a acontecer progressivamente,<br />
aguardando-se também a publicação<br />
do regulamento interno da Delegação Regional<br />
de Lisboa e Vale do Tejo do IDT, que é<br />
decisivo para a definição do âmbito territorial<br />
das unidades de intervenção local, com vista a<br />
que se possa dar o pulo em frente de uma forma<br />
mais sistematizada e consolidada. Portanto,<br />
o paradigma futuro é diferente, há uma nova<br />
filosofia de intervenção regional que perspectiva<br />
a criação, o desenvolvimento e a avaliação<br />
de programas integrados de tratamento,<br />
de prevenção, de redução de riscos e minimização<br />
de danos e de reinserção social. Acresce<br />
ainda o facto, no âmbito das actividades das<br />
equipas pluridisciplinares locais, de todos estes<br />
programas virem a abranger, para além da área<br />
das toxico<strong>dependências</strong>, também o alcoolismo.<br />
Há aqui um desafio imenso e uma responsabilidade<br />
acrescida no trabalho articulado das quatro<br />
áreas de missão que atrás lhe referi. Mas<br />
há também três Equipas de Tratamento – onde<br />
se inclui os Coordenadores das Equipas e das<br />
áreas de missão –, entusiasmadas e crentes de