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TECNOLOGIAS PARA O MANEJO DE RESÍDUOS NA PRODUÇÃO ...

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5.0 Produção de suínos em sistema de cama sobreposta<br />

5.1. Introdução<br />

Paulo Armando V. de Oliveira- Embrapa Suínos e Aves<br />

Martha Mayumi Higarashi - Embrapa Suínos e Aves<br />

A produção de suínos em sistemas Deep Bedding (Cama Sobreposta) constitui-se<br />

em alternativa aos sistemas convencionais de produção. Neste sistema, os dejetos líquidos<br />

são misturados a um substrato sólido (maravalha, palha, casca de arroz, bagaço de cana)<br />

dentro das edificações sendo submetidos a um processo de compostagem e estabilização<br />

"in situ" com a presença dos animais (Oliveira, 1999). Este sistema de produção teve sua<br />

origem na China, em Hong Kong (Lo, 1992).<br />

A forma mais usual de manejo de dejetos suínos consiste no armazenamento destes<br />

em esterqueiras pelo período necessário para a sua estabilização e aplicação em áreas<br />

agrícolas como fertilizante. Entretanto, as regiões que concentram a produção suinícola no<br />

Brasil se caracterizam pelas pequenas propriedades, que não dispõem de áreas agrícolas<br />

suficientes para aplicação agronômica de todo o dejeto gerado pela produção suína, nem<br />

recursos para a implantação de sistemas de tratamento de dejetos, portanto, a produção de<br />

suínos em sistemas de cama sobreposta surge como uma alternativa promissora.<br />

No Brasil o modelo de produção suinícola predominante se baseia na criação dos<br />

animais sobre piso compacto ou ripado. O manejo dos dejetos produzidos sob estas<br />

condições se dá na sua forma líquida, portanto as unidades de produção requerem<br />

instalações destinadas ao armazenamento e/ou tratamento adequado do dejeto a fim de<br />

minimizar os riscos de poluição e contaminação.<br />

Vários trabalhos de pesquisas têm demonstrado que todos estes tratamentos,<br />

embora reduzindo o potencial poluidor dos dejetos, não permitem que o resíduo final seja<br />

lançado diretamente nos cursos d’água (Oliveira, 2003).<br />

Na Europa este novo sistema de produção de suínos foi introduzido no final da<br />

década de 80 (Nicks et al., 1995). No Brasil o sistema foi desenvolvido e adaptado às<br />

condições climáticas e de manejo em 1993-94 pela Embrapa Suínos e Aves, com os<br />

pesquisadores Oliveira, P.A.V. e Sobestiansky, J., através de experimento que comparou a<br />

produção de suínos em três sistemas de produção (cama de maravalha, cama de palha e<br />

piso compacto), nas fases de crescimento e terminação (Dia de campo sobre manejo e<br />

utilização de dejetos de suínos, 1994).<br />

A grande vantagem do sistema se deve ao fato de que o mesmo constitui-se em uma<br />

alternativa na qual as unidades de produção dispensam a necessidade de instalações<br />

destinadas ao manejo do dejeto líquido, tais como canaletas, esterqueiras e/ou lagoas, entre<br />

outros, reduzindo os custos na construção das instalações e no transporte de dejetos. Outra<br />

importante vantagem do sistema de cama sobreposta é a redução substancial do mau<br />

cheiro e da proliferação de vetores nas unidades produtoras, visto que os dejetos absorvidos<br />

e o substrato sofrem uma fermentação aeróbia in situ, o que resulta em um material que<br />

poderá ser, posteriormente, utilizado ou comercializado como adubo orgânico. Estudos<br />

recentes têm demostrado a eficiência fertilizante das camas resultantes de tais sistemas<br />

(Gaya, 2004). No entanto, como para qualquer adubo, é necessário se atentar para a<br />

correta aplicação deste material considerando-se a sua composição e o tipo de solo e<br />

cultura ao qual será destinado.<br />

O sistema de produção de suínos em camas sobrepostas pode ser utilizado por<br />

qualquer produtor de suínos, independente do tamanho do plantel. Ele pode ser adotado<br />

para as seguintes fases: gestação e reprodutores, crescimento inicial de leitões (creche) e<br />

em unidades de crescimento e terminação de suínos.<br />

O sistema de cama sobreposta é recomendável principalmente para produtores que<br />

não possuem área agrícola para aplicação agronômica do dejeto gerado pela produção<br />

suína. Os produtores que desejam implantar o sistema de cama devem se assegurar que no<br />

seu plantel as fêmeas sejam livres do agentes do complexo Mycobacterium avium (MAC)<br />

causador da LINFA<strong>DE</strong>NITE GRANULOMATOSA. Pois, se no plantel de suínos existirem<br />

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