Edição 29 - Revista Algomais
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Comportamento<br />
Leis “pra inglês ver”<br />
Cidadania | Muitas leis existem apenas no papel, porque na prática<br />
o velho “jeitinho brasileiro” acaba sendo usado para descumpri-las<br />
Longas filas nos bancos, mercadorias<br />
sem preço nas vitrines, jovens motoristas<br />
ocupando a vaga de idosos nos estacionamentos,<br />
CD’s e DVD’s piratas comercializados<br />
à luz do dia, provavelmente você já<br />
deve ter assistido a uma, ou várias destas<br />
cenas acontecer. As leis que coíbem estas<br />
práticas existem, mas são constantemente<br />
desrespeitadas e o infrator age tranquilamente,<br />
como se não estivesse praticando<br />
um ato ilícito, mas está.<br />
Pernambuco é apenas um reflexo do<br />
que acontece no Brasil - onde existem as<br />
leis que “pegam” e as leis que “não pegam”.<br />
Mas, afinal, por que certa norma é cumprida<br />
pela população e outras tantas são ignoradas?<br />
Para o sociólogo Adriano Oliveira, as<br />
instituições não cumprem seu papel de fiscalizar<br />
e punir os infratores, além disso, o<br />
Alexandre Albuquerque<br />
30 > > agosto<br />
Em algumas<br />
agências os clientes<br />
chegam a passar<br />
mais de três horas<br />
na fila<br />
velho “jeitinho brasileiro” também estimula<br />
à infração legal.<br />
“O que observamos é uma grande contradição:<br />
a população não quer cumprir a<br />
lei, embora exija o cumprimento por parte<br />
dos outros. As pessoas querem segurança,<br />
mas por outro lado corrompem a autoridade<br />
policial. Todo mundo reclama que falta qualidade<br />
na saúde, educação... no entanto,<br />
compram produtos piratas que não geram<br />
renda para o Estado,” ressalta o sociólogo.<br />
Na opinião da presidente da ADECON<br />
- Associação de Defesa da Cidadania e do<br />
Consumidor, Rosana Grinberg, a fiscalização<br />
é imprescindível para o cumprimento das<br />
normas legais. “As pessoas sempre tentam<br />
burlar a lei, mas quando se quer cumprir, se<br />
cumpre; a lei de combate ao fumo começou<br />
a funcionar quando passou a ter uma fiscalização.<br />
As leis que limitam o tempo de espera<br />
nas filas dos bancos, e a lei que obriga os<br />
estabelecimentos comerciais a colocarem<br />
os preços nos produtos são constantemente<br />
ignoradas, por falta de fiscalização” e denuncia:<br />
“Os Procons do Recife e de Pernambuco<br />
não têm nenhum fiscal.”<br />
O diretor do Procon Pernambuco, José<br />
Cavalcanti de Rangel, reconhece o proble-<br />
n Lei que limita tempo de espera nas filas de banco não é respeitada e não existe fiscalização adequada