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ARQUITETURA

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ÁLVARO SIZA VIEIRA<br />

Todos os projetos<br />

são um desafio<br />

Move-o a paixão pela arquitetura, a alegria de viver<br />

e o convívio com os amigos. E espera que o período mais conturbado<br />

que agora atravessamos se traduza numa evolução do papel do arquiteto,<br />

até porque já os há muito bons, no nosso País, afirma Siza Vieira.<br />

A começar por ele, acrescentamos nós<br />

Por Helena Estevens Fotografia Bruno Barbosa<br />

Cx: Há alguma política de arquitetura em Portugal?<br />

Álvaro Siza Vieira: Não há uma política em relação à economia, como pensar nisso em relação à<br />

arquitetura? O panorama na arquitetura é que há muito pouca obra e, havendo muito pouca obra, há<br />

muito poucos projetos; é tão simples como isso.<br />

Cx: O tempo da construção acabou?<br />

Á. S. V.: Acabar, não acredito. Espero que não seja esse o caso. Nunca acabou na história a construção.<br />

Há evolução, portanto, há necessidade de transformações. Interpreto o que se passa mais como um<br />

período de crise, embora se preveja demorado e possa ter efeitos em relação a eventuais excessos na<br />

forma de encarar a arquitetura, nas obras de fachada, deficiente estabelecimento de prioridades, uma<br />

certa contenção nos custos, portanto, também da própria expressão arquitetónica.<br />

Cx: José Mateus, presidente da Trienal de Arquitetura de Lisboa, afirmou que é preciso salvar o arquiteto<br />

português da extinção. Quer comentar?<br />

Á. S. V.: É um bocado o que se passa, não é? A extinção não creio. O mundo é grande e é quase uma<br />

constante na história portuguesa a emigração. Que, de resto, foi surpreendentemente aconselhada! Mas é<br />

um facto. Com a falta de trabalho e com a produção e formação de arquitetos, sem dúvida exagerada – e<br />

independentemente da crise –, há muita gente que tem de sair e isso está a acontecer. Isso não significa<br />

meios de extinção, nem significa que eles desapareçam ou que deixem de ser portugueses. Já há gente,<br />

também, a fazer projetos para fora, mantendo o seu centro de atividade, o seu escritório, em Portugal.<br />

Em extinção não acredito; agora que haja, primeiro em número, uma diminuição... Só espero que não vá<br />

tocar naquilo em que eles são absolutamente indispensáveis, que é o planeamento do território e a ordem<br />

no território. Espero que essa contenção não signifique esquecer a necessidade de qualidade e o que<br />

significa a formação.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

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