13.04.2013 Views

ARQUITETURA

ARQUITETURA

ARQUITETURA

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Fotos: D.R.<br />

JOÃO<br />

Santa-Rita<br />

Arquitectura portuguesa,<br />

um referencial de cultura e de qualidade.<br />

DESDE MEADOS dos anos 70, com o número histórico da revista<br />

Architecture d’Aujourdhui (logo seguido de um outro número), num<br />

País a iniciar um novo rumo, a arquitectura portuguesa conquistou<br />

a atenção e o interesse do exterior e ganhou uma nova dimensão<br />

cultural e influência, que se foi consolidando até à actualidade.<br />

As realizações de obras sucederam-se, a sua complexidade<br />

e dimensão foi crescente e as sucessivas gerações foram sendo<br />

convocadas para novos desafios e possibilidades que o País e as<br />

instituições públicas e privadas lhes foram colocando.<br />

As instituições de ensino cresceram em dimensão e em número,<br />

abriram múltiplas actividades ao exterior, promovendo encontros<br />

de âmbito internacional, possibilitando aos seus alunos o contacto<br />

com os mais diversos autores, bem<br />

como com programas resultantes de<br />

uma integração na Europa, os quais<br />

viriam a possibilitar a ampla circulação<br />

pelo mundo dos novos aspirantes a<br />

arquitectos.<br />

Por outro lado, algumas das obras<br />

realizadas e a notoriedade além-<br />

-fronteiras de alguns arquitectos<br />

cativaram definitivamente o interesse<br />

pela arquitectura portuguesa,<br />

colocando-a, nas suas mais diversas<br />

expressões e modos de prática, num<br />

patamar de qualidade e de competência<br />

que viria a considerar como privilegiada<br />

a aquisição dos seus serviços.<br />

Jovens estagiários ou arquitectos<br />

foram sendo aceites em ateliers de prestígio internacional, chegando<br />

alguns a assumir posições de destaque, conhecendo, de um modo<br />

geral, uma crescente experiência e qualidade enquanto profissionais.<br />

A par do reconhecimento internacional de Siza Vieira, através dos<br />

sucessivos prémios e condecorações, e de Eduardo Souto de Moura,<br />

com o Pritzker, e, ainda, de Paulo David, com o Alvar Aalto, os<br />

arquitectos portugueses têm vindo a marcar a sua presença além-<br />

-fronteiras em eventos, em instituições de ensino, em concursos ou na<br />

realização de projectos e obras.<br />

É de salientar a recente selecção para lugares de prestígio, como é o<br />

caso de Pedro Gadanho, curador do MOMA na área da Arquitectura,<br />

ou de Diogo Burnay, director da Escola da Faculdade de Arquitectura e<br />

Planeamento da Dalhousie University, em Halifax, no Canadá.<br />

VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO<br />

DIRECTIVO NACIONAL<br />

DA ORDEM DOS ARQUITECTOS<br />

observatório<br />

Recentemente, tem também sido notícia a sucessão de prémios<br />

alcançados por jovens arquitectos portugueses em concursos<br />

internacionais. Através da qualidade do seu trabalho, têm tido acesso<br />

a realizações de uma natureza e dimensão muito diferentes daquela a<br />

que, porventura, teriam na sua prática corrente em Portugal.<br />

Importa olhar para esta realidade num momento particularmente<br />

difícil para os serviços nas áreas da arquitectura, das engenharias e<br />

da construção, quiçá, sem paralelo na história do País. Mesmo em<br />

momentos similares dos anos 70 e meados dos anos 80, quando<br />

escasseavam os recursos financeiros, a nossa actividade conhecia<br />

ainda os períodos marcados pela necessidade da construção de<br />

equipamentos, de habitação e de serviços, que iam permitindo a<br />

continuidade da actividade e a sobrevivência dos ateliers, bem como o<br />

enquadramento das novas gerações.<br />

Os arquitectos têm vindo a repensar a sua actividade, entre outros<br />

modos, procurando a desmultliplicação dos seus serviços, esforço<br />

que não poderá deixar de contar<br />

com o apoio do Estado e das suas<br />

instituições.<br />

A Ordem dos Arquitectos tem<br />

vindo a alertar o Governo para a<br />

necessidade da criação de políticas<br />

de divulgação e de investimento<br />

que ajudem a inverter o processo de<br />

destruição dos ateliers e de emigração<br />

a que se assiste. Nomeadamente, a<br />

título de exemplo, através de acções<br />

no estrangeiro que alertem para a<br />

qualidade dos nossos serviços e,<br />

ainda, da inventariação do património<br />

do Estado, devoluto ou não, e<br />

da valorização do mesmo com a<br />

realização de estudos e projectos que<br />

perspectivem o seu futuro.<br />

As distinções e os prémios de carácter internacional que se têm<br />

sucedido são a melhor prova de que os arquitectos portugueses de<br />

várias gerações se tornaram, através das suas obras, dos seus projectos<br />

e do seu trabalho, um referencial tanto de cultura como de qualidade,<br />

o que constitui, certamente, um motivo de orgulho para todos.<br />

Importa não desperdiçar todo o esforço e empenho de décadas que<br />

culminou com a inegável valorização da profissão de arquitecto.<br />

Por opção do autor, este texto não segue as regras<br />

do novo acordo ortográfico.<br />

Cx<br />

a revista da caixa<br />

o<br />

39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!