1 Continuidade e descontinuidade: o debate ao ... - Viverpontocom
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<strong>Continuidade</strong> e des<strong>Continuidade</strong>: o <strong>debate</strong> <strong>ao</strong> longo da história da igreja<br />
de Cristo. A unidade da Escritura, encontrada em Cristo, significava<br />
que Lutero se inclinava a ler o AT através do evangelho; seu<br />
sentido histórico era obscurecido por prenúncios de Cristo e<br />
sua igreja. Finalmente, a antítese que Lutero traçou entre a lei e o<br />
evangelho promoveu a diferença que ele encontrou entre os dois<br />
Testamentos, quando receou introduzir uma nova lei sob o pretexto<br />
do evangelho, uma característica que ele encontrou tanto em Roma<br />
quanto nos movimentos emergentes radicais da Reforma. 20<br />
Mais dois pontos devem ser levantados quanto a Lutero.<br />
Primeiro, Lutero foi também um tradutor da Escritura. A ordem<br />
que ele deu <strong>ao</strong> AT tem sido seguida desde sua época. Em segundo<br />
lugar, Lutero continuou, em geral, o sentido agostiniano da história<br />
com implicações para a relação dos Testamentos. Entretanto, ele<br />
tinha maior consciência de estar vivendo no fim do tempo, pouco<br />
antes do juízo final. Esta crença foi predominante entre os primeiros<br />
radicais espirituais e anabatistas, alguns dos que retornaram a uma<br />
forma de milenismo visível na igreja primitiva. Outros, de forma<br />
mais consciente, seguiram o precedente joaquino e dividiram nitidamente<br />
a era agostiniana em termos de imagens tiradas do livro de<br />
Apocalipse. 21<br />
A Reforma entre os reformados geralmente se deu com linhas<br />
de ação esboçadas por Lutero. Entretanto, houve diferenças, que<br />
podem ser vistas em Ulrico Zuínglio (1484-1531), João Calvino (1509-<br />
1564) e (João) Henrique Bullinger (1504-1575). Quando chegamos à<br />
questão da relação entre os Testamentos, podemos distinguir pelo<br />
menos três diferenças. Primeira, a tendência para enfatizar a superfície<br />
ou sentido histórico do texto contra o alegorismo foi mais forte<br />
entre os reformados do que entre os luteranos (Calvino, Institutas,<br />
I.1.7,8). Não obstante, em contraste a alguns grupos anabatistas, cuja<br />
tendência era ver o AT como um livro judaico com pouco a oferecer<br />
à era da nova dispensação, os reformados, junto com a maioria dos<br />
protestantes, preservaram alguma percepção do sentido espiritual<br />
do texto pretendido pelo Espírito. Em segundo lugar, houve uma<br />
tendência entre os reformados em enfatizar a identidade das duas<br />
dispensações à custa de sua diversidade. Isso foi particularmente<br />
visível em edições posteriores das Institutas de Calvino (II.9-11; cf.<br />
Bullinger, Sobre o Testamento). Em terceiro lugar, a implicação disso<br />
foi que as leis morais e os preceitos do AT receberam um peso maior<br />
como orientações à vida cristã. 22<br />
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