1 Continuidade e descontinuidade: o debate ao ... - Viverpontocom
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<strong>Continuidade</strong> e des<strong>Continuidade</strong>: o <strong>debate</strong> <strong>ao</strong> longo da história da igreja<br />
segundo lugar, algo é dito a respeito do movimento da história que<br />
gera uma compreensão da inter-relação dos Testamentos. Ambas<br />
as questões são de interesse direto quando indagamos como vários<br />
pensadores da história da igreja procuraram compreender a relação<br />
entre o AT e o NT.<br />
os pais apostóliCos e os apologistas<br />
Os Testamentos começam a tomar sua forma canônica no<br />
século I. Documentos provenientes da origem do cristianismo logo<br />
apareceram juntos com e depois do estabelecimento da igreja. O<br />
surgimento do cristianismo como religião distinta do judaísmo<br />
e a destruição do segundo templo em 70 A.D. estimularam a formulação<br />
do protótipo para o Texto Massorético. Isso, junto com a<br />
Septuaginta e outras variantes, tornou-se o “Antigo” Testamento<br />
cristão. A Septuaginta, considerada a versão usada por Jesus e pela<br />
igreja primitiva, foi a forma padrão do AT para quase todos os pais<br />
da igreja até o século IV. Em seguida <strong>ao</strong> término da Vulgata Latina,<br />
por Jerônimo, os cristãos foram supridos com uma versão padronizada<br />
do AT baseada nos textos grego e hebraico, e isso se estendeu<br />
pelos mil anos seguintes. 4<br />
Esses são os documentos com os quais os pais apostólicos<br />
e os apologistas trabalharam. Inicialmente, a interpretação deles<br />
ofereceu pouco senso de perspectiva histórica para a questão dos<br />
Testamentos. Reconhecido como importante, o AT tornou-se um<br />
manual para o comportamento moral, e suas imagens, um protótipo<br />
para a igreja cristã ou um repositório de imagens proféticas e alegóricas.<br />
Para alguns não passou de um livro “cristão” mal compreendido<br />
pelos judeus, por causa do excessivo literalismo ou carnalidade.<br />
Por exemplo, 1 Clemente usa o AT como uma fonte para<br />
o comportamento cristão (XIX). Seu culto é um protótipo para o<br />
ministério e o serviço religioso adequado (XLII–XLIII). A Epístola<br />
de Barnabé encontra significado no AT num sistema de imagens ou<br />
tipos (VII–XII) que são pano de fundo para o evangelho. Há pouco<br />
senso de história como tal. Os judeus, também pegos no literalismo<br />
histórico, fracassaram em ver Cristo. Uma satânica influência obscureceu<br />
a visão deles. De acordo com a polêmica de Barnabé, a carnalidade<br />
deles tem um pouco do anticristo sobre ela (II–IV). Eles<br />
perderam as promessas da aliança para uma melhor compreensão<br />
dos cristãos (XIII).<br />
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