1 Continuidade e descontinuidade: o debate ao ... - Viverpontocom
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<strong>Continuidade</strong> e des<strong>Continuidade</strong>: o <strong>debate</strong> <strong>ao</strong> longo da história da igreja<br />
Outras características da fé reformada trazem o AT para a<br />
presente vida dos cristãos. Os reformados se inclinaram a ser<br />
politicamente sensíveis com respeito a visível idolatria religiosa e<br />
nacional. João Knox (c. 1513-1572) pregou a necessidade de remover<br />
as serpentes de bronze da vida e da adoração, baseando-se em<br />
2Reis 18.3,4. Calvino, em suas Institutas, investiu em ataque contra<br />
os governos que aconselhavam a idolatria (IV.20.1-32). Ao fazer isso,<br />
Calvino extraiu muito da história de Israel. Tal “iconoclastia” uniu<br />
interesses políticos de quase todas as nações europeias emergentes.<br />
O movimento puritano na Inglaterra, produzido desse relacionamento,<br />
a levaria a todas as terras tocadas pelos interesses britânicos.<br />
Além disso, essa sensibilidade política <strong>ao</strong>s Testamentos esteve<br />
frequentemente ligada à escatologia reformada. Isso pode ser visto<br />
em vários planos da revelação progressiva, principalmente a de<br />
João Coceio (1603-1669), em que questões de natureza normativa<br />
de revelação mais antiga são levantadas, exceto quando ela pode<br />
ter alguma significação simbólica. Isso é evidentemente claro nos<br />
teólogos apocalípticos anglo-americanos como John Foxe a Jonathan<br />
Edwards. 26<br />
Dois movimentos emergiram no século XVII buscando a paz,<br />
mas ambos, nos termos da nossa questão, na verdade introduziram<br />
mais dimensões de <strong>debate</strong>. O primeiro, o racionalismo, pode ser<br />
percebido entre certos reformadores no século XVI que se inclinaram<br />
a questionar de forma mais radical e completa a teologia<br />
tradicional. Tornou-se explícito em Hugo Grócio (1583-1645), que<br />
procurou a unidade teológica, entre grupos em conflito, na pessoa de<br />
Cristo e na teologia natural. Sua crítica de inspiração bíblica anteviu<br />
mais movimentos radicais por parte de Thomas Hobbes (1588-1679)<br />
e Benedito Spinoza (1632-1677). Através de um crescente historicismo,<br />
o movimento como um todo começou a questionar o uso anteriormente<br />
assumido do AT pelo NT. O AT, antes atraído <strong>ao</strong> NT por<br />
meio de um sentido “espiritual” do texto, era agora por si só um<br />
documento histórico.<br />
Hobbes rejeitou a inspiração da Escritura. Em seu livro Leviatã,<br />
preocupado com questões de poder e política, argumentou que<br />
a Bíblia não devia ser tomada como revelação de Deus. Spinoza<br />
ampliou sua crítica em Tractatus theologico-politicus, argumentando<br />
que não somente a Bíblia é mera história, como o idioma que atribui<br />
tudo a Deus refletia uma atitude hebraica e não devia ser confiável<br />
como verdade. A razão devia guiar a mente em assuntos filosóficos,<br />
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