cristianismo e filosofia nos três primeiros séculos ... - FILOSOFIANET
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INTRODUÇÃO<br />
Segundo Kant (1983, p. 25), os “problemas inevitáveis da própria razão pura são<br />
Deus, liberdade e imortalidade”. Se não é contraditório dizer que tais temas, provindos<br />
do meio religioso, sejam tratados no âmbito da racionalidade humana, logo, estes<br />
pertencem ao horizonte filosófico. Contudo, não se restringem apenas ao “apriorismo”<br />
kantiano, mas também são objetos de outras ciências como a Teodicéia e a Filosofia da<br />
Religião, mesmo que, em perspectivas diferenciadas. Tomando como ponto de partida<br />
esta última, que tem por objeto o fenômeno religioso por completo <strong>nos</strong> alicerces<br />
ontológicos (ZILLES, 1991, p. 10), tem-se neste saber, a condição de possibilidade, de<br />
modo suficiente, para se abordar tais temáticas.<br />
A questão religiosa, abordada por tal área filosófica, encontra sua relevância e<br />
sua pertinência na atualidade – contrariando o projeto da modernidade que preconizava<br />
uma civilização racional livre dos ditames da religião – com o alvorecer da religiosidade<br />
popular da segunda metade do século XX. Isto tem como fator estrutural o fim da<br />
hegemonia da razão. A análise fenomenológica feita por Boff (1981, p.19) mostra que,<br />
hoje, mais do nunca, a maioria das sociedades vive uma crise marcada pelo “vazio,<br />
solidão, medo, ansiedade, agressividade, sem objetivos, numa palavra, insatisfação<br />
generalizada”. Estes sintomas têm como “raíz ontológica” o surgimento da burguesia,<br />
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