13.04.2013 Views

cristianismo e filosofia nos três primeiros séculos ... - FILOSOFIANET

cristianismo e filosofia nos três primeiros séculos ... - FILOSOFIANET

cristianismo e filosofia nos três primeiros séculos ... - FILOSOFIANET

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O desenvolvimento do pensamento de Paulo, juntamente com os escritos<br />

joani<strong>nos</strong> 62 , sobre a visão judaizante de Pedro engendrou diversos outros confrontos<br />

inter<strong>nos</strong>. Assim, o Cristianismo se depara com o problema da ortodoxia judaica sobre a<br />

heterodoxia helênica 63 , problema este que perpassará todo século II e III (JEDIN, 1966,<br />

p. 202). Dentro desta seqüência de ideologias que buscam cruzar o pensamento<br />

cristológico cristão com a ??? ??? 64 helênica têm-se <strong>nos</strong> limiares do século II, os<br />

movimentos chamados “gnósticos”.<br />

O G<strong>nos</strong>ticismo foi um “fenómeno del sincretismo religioso de la antigüedad<br />

poniente que, sobre la base del dualismo oriental, juntaba ideas religiosas del judaísmo<br />

tardío con ciertos rasgos de la revelación cristiana” 65 (JEDIN, 1966, p. 282). Tinha por<br />

objetivos oferecer, ao homem angustiado, uma solução racional que contivesse uma<br />

verdade válida sobre toda a realidade em uma linguagem universal. Sua principal<br />

questão era o problema da verdade, do mal e da existência. Algumas obras se<br />

destacaram como os evangelhos apócrifos: “Pistis Sophia”, “Livros de Jehú”,<br />

“Apocryphon de João”, “A Carta de Tiago”, “O Evangelho de Maria” 66 , entre tantos<br />

outros. Para os gnósticos o objeto do conhecimento era Deus juntamente com as<br />

62 Os textos do Evangelho de João e as cartas paulinas possuem termos e expressões paralelas entre si bem como<br />

com os manuscritos do Mar Morto de forma a salvaguardar a veracidade fontal destes escritos excluindo a acusação<br />

de que estes haviam aderido a idéias helênicas que nada identificavam com o Cristianismo. (GIORDANI, 1985, p.<br />

310)<br />

63 Este problema iniciado no século I, vai se configurar num verdadeiro embate dentro movimento cristão com duas<br />

correntes: aqueles que defendem o uso da <strong>filosofia</strong> na justificação cristã como Justino e Atenágoras, no século II e<br />

Clemente e Orígenes no século III; e aqueles que defendem a fé pela fé, sem o uso filosófico, como Teófilo e Hermes<br />

no segundo século e Tertuliano no terceiro século (Cf. FRAILE, 1986, p . 75 e 76).<br />

64 O termo grego g<strong>nos</strong>e quer dizer literalmente conhecimento, contudo, seu uso se particularizou como uma forma<br />

especifica de saber místico próprio de algumas correntes religioso-filosóficas do paganismo tardio, principalmente<br />

pelas correntes heterodoxas do Cristianismo (REALE e ANTISERI, 1990, p. 405).<br />

65 “fenômeno sincrético religioso da antiguidade baseado no dualismo oriental, juntava idéias religiosas do judaísmo<br />

tardio com certos traços da revelação cristã” (Tradução <strong>nos</strong>sa).<br />

66 Este complexo movimento não pode ser visto apenas como algo genérico ou homogêneo, mas como um conjunto<br />

de idéias afins de procedência sincrética. Haja vista tal complexidade, os textos gnósticos também se apresentam de<br />

maneira diversificada. Estes podem se Relatos, Cartas, Tratados e Principalmente Evangelhos Apócrifos. Cf. Altaner<br />

e Stuiber (1972, p. 108-141).<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!