cristianismo e filosofia nos três primeiros séculos ... - FILOSOFIANET
cristianismo e filosofia nos três primeiros séculos ... - FILOSOFIANET
cristianismo e filosofia nos três primeiros séculos ... - FILOSOFIANET
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Com a morte de Alexandre em 323 a.C., o vasto império helênico foi abalado<br />
pelas disputas de poder, o que fez cair a aparente unidade política. As diferenças<br />
culturais instauradas durante o processo de expansão mostraram-se mais fortes que os<br />
ambiciosos projetos de seu idealizador, o que resultou numa imediata anarquia. O<br />
grande reduto dos escombros do Império se concentrou em Alexandria, um dos maiores<br />
centros comerciais e culturais do Oriente. O grego passa a ser a língua oficial do<br />
Oriente, o que provocou uma divisão radical no meio social entre “hele<strong>nos</strong> e bárbaros”<br />
(AQUINO et. al.,1980, p. 219).<br />
O pensamento helênico teve por natureza certa tendência à vida prática, como a<br />
navegação (no plano comercial), a agricultura (no plano econômico), a guerra (no plano<br />
político) e a moral (no plano filosófico). Esta nova mentalidade transformou a antiga<br />
educação de cidadãos para a formação de indivíduos (REALE e ANTISERI, 1990, p.<br />
228-29). A vida que outrora era baseada na concepção do cidadão pertencente a polis,<br />
passa a se tornar mais individualista, na qual o homem estava entregue a sua própria<br />
moral “livre diante de si mesmo” (REALE e ANTISERI, 1990, p. 229). A separação entre<br />
homem e cidadão marca também a ruptura entre ética e política, tomando as<br />
concepções éticas aristotélicas como conceitos morais autônomos.<br />
Todavia, a hegemonia helênica grega estava com seus dias contados, pois<br />
desde o século IV a.C. Roma, se organizava em uma política externa agressiva de<br />
caráter expansionista com intuito de manter sua base econômica escravista. As<br />
conquistas romanas nas chamadas Guerras Púnicas 12 , provocaram em seu âmbito<br />
12 Uma velha intriga pessoal entre Roma e Cartago desencadeou as chamadas “Guerras Púnicas”. Segundo Aquino et<br />
al. (1980) a primeira (264-241 a.C.) teve como pretexto a invasão da cidade grega de Messina, na ilha da Sicília, pelo<br />
tirano Hieron. Após 23 a<strong>nos</strong> de luta a vitória romana chegaria com a tomada das cidades gregas que estavam sob a<br />
posse de Cartago. A segunda (218-201 a.C),.cujo objeto era Espanha, teve como palco a Itália e a África. Adquirida a<br />
20