Formar N.º 54 - IEFP
Formar N.º 54 - IEFP
Formar N.º 54 - IEFP
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
• “Os ministérios da Educação e do Ensino Superior fazem<br />
‘formação profissional’ ”!??...<br />
• “As vias ‘profissionalizantes’ do ensino básico e secundário<br />
e os ensinos politécnico e universitário são também<br />
‘formação profissional’ ”!??...<br />
Ou, ainda, as dúvidas relativas à “formação sectorial”<br />
que, à estranheza que lhe advém de ser “formação<br />
profissional”, ainda lhe acresce a de ser “formação sectorial”:<br />
• “Formação profissional” no Ministério da Economia?<br />
Então isso não é do Ministério do Trabalho?<br />
• “Formação inicial” no Ministério da Economia? Então<br />
isso não é do Ministério da Educação?<br />
Do antigo ao novo paradigma<br />
Se analisarmos a realidade da produção das competências<br />
profissionais em Portugal ao longo do último<br />
meio século verificaremos que este antigo paradigma –<br />
formação inicial + “formação contínua” – revelou uma<br />
série de “(in)consequências” que acabam por estar em<br />
sinergia com a emergência do novo paradigma – formação<br />
ao longo da vida e em todos os contextos de vida.<br />
Assinalaria, por exemplo, que o antigo paradigma<br />
tem contribuído significativamente para uma forma de<br />
organização do tempo de vida das pessoas que tem vindo<br />
a revelar-se absurda, em termos pessoais e sociais, e<br />
insustentável em termos económicos e financeiros.<br />
Estou a referir-me à situação para a qual o retardamento<br />
da entrada dos jovens, a antecipação da saída<br />
dos adultos e o encurtamento do tempo efectivo de vida<br />
activa tendem a conduzir a vida das pessoas, e que, de<br />
forma simplificada, poderíamos resumir nas seguintes<br />
expressões:“25 anos a estudar, 25 anos a trabalhar e 25<br />
Tema Central<br />
anos a descansar”; ou “75 anos consumindo recursos,<br />
dos quais apenas 25 anos contribuindo para a sua produção”.<br />
Na verdade, por um lado o progressivo aumento<br />
do tempo necessário à “formação inicial”/preparação<br />
dos jovens para acesso à vida adulta activa e o esforço<br />
de extensão, a uma cada vez maior percentagem, dos<br />
patamares de saída mais elevados (ensino superior),<br />
conduz a um retardamento da idade efectiva de entrada<br />
dos jovens na vida activa que já é, ou brevemente<br />
viria a ser, excessivo e insustentável.<br />
Por outro lado, a “formação contínua” realizada, na<br />
medida em que não revelou capacidade para obviar à<br />
obsolescência das competências escolares e profissionais<br />
dos trabalhadores, contribuiu para favorecer a sua<br />
saída precoce do mercado de trabalho e dificultar em<br />
muito o reacesso ao emprego de quem o tenha perdido<br />
a partir dos 40 ou dos 50 anos.<br />
Pelo contrário, o novo paradigma – “aprendizagem<br />
ao longo da vida e em todos os contextos de vida” –<br />
poderá contribuir para, no que às qualificações profis-<br />
N.<strong>º</strong> <strong>54</strong> FORMAR<br />
5