Anuário DHPP - Polícia Civil - Governo do Estado de São Paulo

A importância da preservação do local de crime
O termo “criminalística” foi empregado pela primeira
vez em 1893, na Alemanha, pelo juiz de instrução e professor
de direito penal Hans Gross que, por essa razão, é
considerado o pai da Criminalística.
A parte científica da busca e procura de soluções para
casos criminais está entregue à Criminalística. É ela que resolve
cientificamente os problemas relativos ao crime e ao criminoso.
Com o desenvolvimento dos conhecimentos científicos, a
Criminalística tornou-se uma disciplina, um sistema. Em seu
âmbito atualmente se reúnem e são aproveitados dados
fornecidos pelas diversas ciências, por algumas artes e por
outras disciplinas policiais.
Nos crimes contra a pessoa, a Criminalística é um instrumento
indispensável a toda investigação de um assassino.
Alexandre Lacasagne, cientista forense, afirmou em 1889
que “o maior mérito do esclarecimento é do próprio cadáver,
pois a vítima de um assassinato guarda dentro de si a
história precisa de sua morte. Um cadáver é a testemunha
mais importante de um homicídio”.
O exame do local do crime deve ser sempre imediato,
como já dizia Locard: “cada minuto de demora da chegada
do Perito ao local corresponde a um quilômetro que ele
se afasta da verdade”.
1 Jane Marisa Pacheco Belucci é Perita Criminal Chefe da Equipe de Perícias
do DHPP; Telma Rocha Leite é Fotógrafa Criminal da mesma equipe.
Jane Marisa Pacheco Belucci e Telma Rocha Leite 1
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O diagnóstico da morte e a elucidação dos mecanismos
que levaram à morte dependem, muitas vezes, mais dos elementos
recolhidos no local do crime do que de uma necropsia.
É de suma importância que todo o exame do local do
crime transforme-se no ponto de partida da investigação
criminal.
Para tanto, é indispensável uma rigorosa preservação
do local do crime, sua fixação.
Daí a necessidade de não se permitir que o local onde
ocorreu um homicídio seja tocado antes da chegada do
perito, pois é ali que se encontram todos os elementos fundamentais
para o esclarecimento das causas do crime, tais
como: posição do cadáver, dos móveis que o rodeiam,
posição e situação das armas e aspecto das manchas de
sangue, entre outros.
No DHPP é utilizado, tanto quanto necessário, o aparelho
Crime Scope, um aparelho que emite luz ultravioleta de
alta potência e que possibilita o rastreamento em uma área
extremamente ampla. Com o Crime Scope pode-se coletar
evidências que passariam despercebidas, como fluidos corporais,
unhas, cabelos, impressões digitais, pegadas, sêmen,
resíduos de pólvora, sangue etc.
O Luminol também é utilizado para detectar sangue,
mesmo que já tenha sido submetido a lavagem ou
tingimento. O Luminol é uma substância que reage com o
ferro encontrado na hemoglobina do sangue. Essa reação
é fosforescente.