Anuário DHPP - Polícia Civil - Governo do Estado de São Paulo

Toda mudança gera reações, tanto positivas quanto
negativas. Sobretudo em se tratando da estrutura estatal,
rígida por natureza, qualquer alteração é motivo
de polêmica e provoca a inevitável pergunta: por que
mudar quando sempre se trabalhou de uma determinada
maneira?
A respota está na opinião pública que, ao contrário
do que imaginamos, se ressente da ineficiência da polícia
e, notadamente, de uma qualificação profissional mais
adequada de seus integrantes, diante da evolução frenética
da sociedade e seus anseios.
Dentro dessa premissa, foi sugerida a criação do Setor
de Operações Especiais do DHPP (SOE-DHPP). Tal
unidade visa a aplicação de uma nova mentalidade nas
ações policiais de maior risco: a preservação da integridade
física dos policiais, bem como dos demais cidadãos
e mesmo de suspeitos, dentro do estrito limite da legalidade,
objetivando a obtenção de provas e indícios de
crimes de homicídio.
O desenvolvimento desse setor baseou-se no conceito
de que, em situações especiais, a polícia deverá dar uma
resposta no mesmo nível, exigindo, assim, o concurso de
policiais diferenciados pela especialização e treinamento.
1 Marcos Carneiro Lima é Delegado Divisionário de Polícia da Divisão
de Homicídios.
O “Espírito” do SOE – DHPP
Marcos Carneiro Lima 1
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Um dos fatos que antecederam esse conceito foi o ocorrido
em Austin, Texas, em 01/08/1966, quando um único
homem, Charles Witman, estudante da Universidade local,
passo a atirar nas pessoas de forma indiscriminada, matando
um todal de 15 e ferindo 31.
Em 1969, os policiais John Nelson e Daryl Gates, da
Polícia de Los Angeles, criaram o primeiro grupo denominado
SWAT (Special Weapons and Tactics), sigla que, em
inglês, significa armas e táticas especiais. A idéia propagou-se
para todo o mundo, aprimorando-se com o tempo e,
hoje, equipes especiais são referências em inúmeros departamentos
de polícia.
É importante deixar claro que a nossa essência é a investigação
e, portanto, a regra é o policial não ostensivo, bem
como seus equipamentos, incluindo-se a viatura. Contudo, nas
situações especiais, por uma série de motivos, faz-se necessário
que o grupo se apresente de forma homogênea e ímpar.
Efetuada a operação, os integrantes do grupo operacional
trocam de vestimentas, voltando seu foco para a investigação.
O objetivo das operações é fornecer suporte às Delegacias
da Divisão e suas respectivas equipes, bem como às
outras unidades do Departamento de Homicídios e de Proteção
à Pessoa no desenvolvimento das investigações.
Visando sempre imprimir maior precisão e agilidade nas
operações, temos adotado novos métodos e técnicas, como
a utilização de cachorros treinados. Tal prática já ocorre
nas forças armadas e policiais de várias partes do mundo