Anuário DHPP - Polícia Civil - Governo do Estado de São Paulo

A Unidade de Inteligência Policial do DHPP, por intermédio
de seu operoso Grupo de Gerenciamento de Tecnologia
da Informação (GTI), desenvolveu o sistema informatizado
do Perfil do Crime, o qual se incumbe de gerar gráficos
estatísticos alusivos aos crimes de homicídios dolosos.
Com uma diversificada gama de possibilidades de cruzamentos
de informações, o sistema torna praticável uma
precisa análise da situação criminal.
A amostra submetida à análise consiste em 327 inquéritos
policiais de homicídios dolosos com autoria apurada,
relatados entre 2006 e 2007.
Ressaltamos, entretanto, que muitos dados relativos ao
perfil do crime de homicídio não estavam disponíveis na
base e, por conseguinte, o somatório dos percentuais nem
sempre é igual a 100% se não se considerar o campo ignorado.
Das análises efetuadas, constatamos que:
Dos casos analisados, vislumbramos que a maior incidência
– 39% deles – ocorreu na circunscrição da 6ª
Delegacia Seccional de Polícia (Santo Amaro). Em seguida
aparece a 4ª Seccional (Norte), com 18% dos homicídios
analisados. Na seqüência encontra-se a 7ª Seccional
(Itaquera), com 13%, e a 8ª Seccional (São Mateus), com
12% dos casos. As demais circunscrições Seccionais da
capital tiveram, cada uma, menos de 10% do total dos homicídios
em tela.
Analisando o número de vítimas por caso, observamos
que há predominância de apenas uma vítima por ocorrência,
representando 87% dos 327 casos analisados. O duplo
homicídio abarcou 9% dos casos (30 ocorrências). Já com
relação ao triplo e quádruplo homicídios, tiveram estes
participação de apenas 4% do total (12 ocorrências).
87
Na análise de homicídios por dia da semana, verificou-se
maior incidência aos sábados e domingos, com 128 dos 327
casos estudados, representando 39%. O dia com menor incidência
foi terça-feira, representando 8% (25 homicídios).
O período de maior ocorrência de homicídios se deu à
noite (das 18:00 às 23:59h), com um total de 36% dos
casos, seguido pelo período da madrugada (da 00:00 às
05:59h), com 31%.
Verificando a motivação dos homicídios, constatamos
a predominância do fator vingança, responsável por 21,4%
(70 ocorrências) do total analisado. Na seqüência aparecem:
o motivo fútil, com 20,2% (66 ocorrências); outros
motivos, com 14,7% (48 ocorrências); ignorados e
passionais, cada um com 9,2% (30 ocorrências para
cada); decorrentes de desavença em bar ou similar, com
8,9% (29 casos); e motivados por drogas, com 6,7% (22
casos). Com relação às demais motivações conhecidas,
estas não ultrapassaram, individualmente, o índice de
5% do total dos casos. Cabe ressaltar que no tocante à
motivação latrocínio, em que pese ser incompatível com
o crime de homicídio, se faz necessária sua inserção,
pois somente durante a investigação criminal pode-se identificar
ou não o cunho patrimonial, que modifica a capitulação
do resultado morte.
Nos crimes motivados por drogas, observa-se que
22,73% dos 22 casos (cinco ocorrências) decorrem de dívida
vinculada ao uso de entorpecentes. O encontro de
substâncias entorpecentes em local de homicídio ocorreu
em quatro ocasiões, representando 1,22% do total.
Em 66% dos casos analisados foram utilizadas armas de
fogo. As armas brancas foram instrumento do crime em 17%.