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Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias

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Depois da demarcação<br />

da Ter ra Indígena, em 1992,<br />

os Asha nin ka do rio Amônia<br />

passaram também a executar<br />

uma série de projetos de<br />

desenvolvimento sustentável<br />

encontrando novos caminhos<br />

<strong>para</strong> proteger seu<br />

meio ambiente e, ao mesmo<br />

tempo, tirar benefícios de<br />

seus recursos naturais.<br />

Ao longo dos últimos 15 anos, a Apiwtxa obteve financiamentos que possibilitaram<br />

a implementação de alternativas econômicas respeitosas ao<br />

meio ambiente. Os Ashaninka do rio Amônia são considerados hoje um<br />

exemplo muito bem sucedido da nova orientação política do desenvolvimento<br />

amazônico, buscando conciliar a preservação da natureza com alternativas<br />

econômicas viáveis <strong>para</strong> a comunidade.<br />

histórico<br />

os ashaninka e os incas<br />

Os Ashaninka estão presentes na Selva Central peruana há pelo menos 5<br />

mil anos. O território dos Aruak sub-andinos foi fronteiriço da parte central<br />

do Império incaico, com o qual estabeleceram relações de vizinhança amistosas<br />

ou guerreiras, conforme as épocas.<br />

No verão, delegações de índios amazônicos subiam às cidades incas<br />

mais próximas com produtos da floresta: animais, peles, pe<strong>nas</strong>, madeira,<br />

algodão, plantas medicinais, mel… Em troca desses bens, eles voltavam aos<br />

seus territórios com tecidos, lã e, sobretudo, objetos de metal (jóias de ouro<br />

e prata, machados…).<br />

A despeito desses intercâmbios, o Império aspirava sempre conquistar a<br />

selva e seus habitantes. Apesar de um a<strong>para</strong>to militar superior, as tentativas<br />

expansionistas do Império incaico em direção ao oriente foram inúteis<br />

e desastrosas.<br />

Para os “povos da floresta”, o sal era um produto altamente cobiçado.<br />

Situadas <strong>nas</strong> proximidades do rio Perene, em território arawak, as mi<strong>nas</strong> de<br />

sal das coli<strong>nas</strong> do Cerro de la Sal, no Peru, constituíam tanto a principal<br />

fonte de abastecimento <strong>para</strong> os povos amazônicos, como o centro político,<br />

econômico e espiritual dos Aruak. Enquanto seu padrão de assentamento<br />

tradicional é disperso, <strong>nas</strong> proximidades do Cerro de la Sal estabeleceu-se<br />

uma concentração maior.<br />

colonização e revoltas indíge<strong>nas</strong><br />

O povo ashaninka tem uma longa história de contato com o mundo dos<br />

brancos, iniciada no final do século XVI. Depois da ocupação da Costa e da<br />

Serra, os espanhóis conquistam o Império Inca e começam sua penetração<br />

em direção à Amazônia. Os missionários jesuítas, e depois os franciscanos,<br />

iniciam a evangelização das populações indíge<strong>nas</strong> da Selva Central, mas<br />

várias expedições missionárias são dizimadas pelos Ashaninka. Cem anos<br />

depois dos primeiros contatos entre os Ashaninka e os brancos, os resultados<br />

da penetração espanhola são praticamente nulos.<br />

Porém, o suporte progressivo da Coroa aos franciscanos, tanto em homens<br />

armados como em dinheiro, aumentou a pressão espanhola na Selva<br />

Central e a multiplicação das missões causou um impacto importante<br />

no modo de vida das populações indíge<strong>nas</strong>, fundamentando as bases das<br />

revoltas nativas. Na visão indígena, a vida <strong>nas</strong> missões é associada à morte<br />

e ao terror das doenças.<br />

Quando o Peru conquista a sua independência, em 1822, a Amazônia<br />

permanece uma região em larga medida desconhecida; uma terra misteriosa<br />

e ameaçadora cuja integração é necessária à consolidação do novo<br />

Estado-nação.<br />

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