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Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias

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exige entender o diferente sem julgamentos de valores morais ou religiosos.<br />

Por outro lado, perceber a diferença muitas vezes gera o desejo de explicar,<br />

ou entender a diferença, e isso você deve fazer sem recorrer a saídas<br />

fáceis, como a chacota, o deboche, o desprezo, que são expressões de um<br />

desconforto natural diante de uma realidade que aparentemente não faz<br />

sentido. Lembre-se da lição básica de Einstein: tudo depende do ponto de<br />

vista. Todos estamos conectados a uma história mais ampla. Somos diferentes<br />

porque no longo percurso do ser humano pelo planeta, povos diferentes<br />

escolheram caminhos diferentes <strong>para</strong> viver e conviver.<br />

Por exemplo: ficou chocado(a) com a nudez? Ao invés de tratar a nudez<br />

com julgamentos de valor, com estranhamento, consolidando preconceitos,<br />

discuta em classe o constrangimento disfarçado de chacota diante de uma<br />

imagem de simples nudez. Você já se perguntou porque usar cueca ou calcinha<br />

em público é considerado um problema, e usar sunga de banho e fio<br />

dental, não? Tratam-se de convenções sociais. Aqui é o mesmo: são outros<br />

povos, com outras convenções sociais... Faça o exercício básico da Antropologia:<br />

relativize; perceba que as suas convenções são somente um conjunto<br />

de possibilidades dentro de infinitas outras.<br />

Achou estranho índio usando câmera? Achou estranho índio usando roupa,<br />

sandália havaiana, celular? Sempre houve empréstimos de tecnologias<br />

entre as civilizações. As coisas que você mesmo usa e faz vêm de diversas<br />

culturas. A matemática foi tomada do mundo árabe, boa parte de sua culinária<br />

da Ásia e Europa. Você já se descansou numa rede ? Pois é, foram os índios<br />

que a inventaram. E você não vira índio porque deitou em rede!<br />

Ao instituir o ensino das culturas indíge<strong>nas</strong> e afro-descendentes em todas<br />

as escolas do país, o Brasil, com as suas dificuldades econômicas, desigualdades<br />

sociais e desafios de toda ordem, dá um passo importante na<br />

valorização da sua riqueza humana, da sua diversidade cultural, e você é<br />

parte desse processo. Ao desprezar as culturas indíge<strong>nas</strong> quem perde somos<br />

nós, quem perde é o Brasil. E tem mais: ao estudar, por exemplo, a história<br />

do Brasil contada pelos índios aprendemos muito sobre nós mesmos.<br />

Valorizando a diversidade, contribuímos <strong>para</strong> uma reflexão mundial sobre<br />

as dificuldades que a humanidade e o planeta já enfrentam, com o crescimento<br />

exponencial da sua população, o aquecimento global, o esgotamento<br />

rápido da água potável e dos seus recursos naturais. Pense que cada<br />

vez mais teremos que aprender a conviver com os vizinhos, e com a sua<br />

crescente proximidade. Índios, negros, brancos, pardos, afro-descendentes,<br />

sino-brasileiros, nipo-brasileiros, todos, aqui, não somos ape<strong>nas</strong> vizinhos,<br />

mas dividimos a mesma casa.<br />

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