Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias
Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias
Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
f. a . s ta H l b at i z a o s<br />
asHaninKa conVeRtidos<br />
PeRto do Río PeRené no<br />
PeRu, 1928<br />
A chegada do MIR – Movimiento de Izquierda Revolucionaria, em 1965,<br />
dividiu as comunidades, mas alguns Ashaninka acabaram incorporados às<br />
tropas revolucionárias. <strong>Guia</strong>dos pelas profecias de um xamã, alguns Ashaninka<br />
viram em Lobatón, líder do<br />
movimento na região, a volta de<br />
Itomi Pawa, o filho de Deus, e a<br />
esperança de um futuro melhor.<br />
A luta armada foi breve e os rebeldes<br />
foram rápida e severamente<br />
reprimidos pelos militares<br />
com uma violência extrema: aldeias<br />
bombardeadas com napalm,<br />
torturas e execuções.<br />
Na década de 1980, os movi- g u i l H e R M o l o b at ó n ( c e n t R o )<br />
coM outRos MeMbRos da coluna<br />
mentos de guerrilha Sendero Lu-<br />
gueRRilHeiRa túPac aMaRu, 1965<br />
minoso, fundado em 1969 por<br />
Abimael Guzman, iniciou sua propaganda maoísta na Selva Central, competindo<br />
com o Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA), remanescente<br />
do MIR. O estado de guerra que caracterizou a Amazônia peruana no final<br />
da década de 1980 e início dos anos 90 teve conseqüências desastrosas <strong>para</strong><br />
os Ashaninka: assassinatos de lideranças, torturas, doutrinamento forçado<br />
das crianças, treinamento militar, execuções… Frente a essa situação de violência,<br />
a reação ashaninka foi ativa e diversa. Alguns colaboraram, outros se<br />
retiraram das áreas de conflito e muitos lutaram com suas próprias armas,<br />
organizando a contra-ofensiva e declarando guerra aos “comunistas”.<br />
os ashaninka no brasil<br />
Atualmente, encontramos os Ashaninka em território brasileiro no Alto Juruá,<br />
no estado do Acre. Oriundos do Peru e localizados hoje <strong>nas</strong> margens<br />
dos rios Amônia, Breu, Envira e no igarapé Primavera, sua população provém<br />
de migrações sucessivas. A presença da maioria dos ashaninka no Alto<br />
Juruá brasileiro se dá a partir da atuação dos caucheiros peruanos, que no<br />
final do século XIX e início do século XX os trouxeram do Ucayali <strong>para</strong> essas<br />
regiões fronteiriças.<br />
faMília do VelHo saMuel PiYãKo, fundadoR da aldeia aPiwtxa<br />
foto: aRno Vogel<br />
118 119