Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias
Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias
Guia para professores e alunos - Vídeo nas Aldeias
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Parque indígena do xingu<br />
O Parque Indígena do Xingu(PIX) abrange uma área de 2,8 milhões<br />
de hectares. É uma Terra Indígena demarcada e homologada em 1961<br />
localizada no norte do estado de Mato Grosso. Nesse vasto território,<br />
estão representados os principais troncos lingüístico do País, Aruak, Karib,<br />
Jê e Tupi, em 16 etnias entre os cerca de 5.000 habitantes indíge<strong>nas</strong>.<br />
Além dessa diversidade cultural, o PIX abriga também paisagens da<br />
Floresta Amazônica, dos Cerrados, dos Campos, da Floresta Ribeirinha<br />
de um tipo especial, denominado “Florestas Secas”.<br />
O PIX faz parte da grande bacia hidrográfica do rio Xingu. O Xingu <strong>nas</strong>ce<br />
no coração do Brasil, norte de Mato Grosso (no Planalto dos Guimarães),<br />
e possui mais de 2.700 km de extensão. Outros rios importantes se juntam<br />
a ele, formando uma bacia hidrográfica com quase duas vezes a área<br />
do estado de São Paulo, até desaguar no rio Amazo<strong>nas</strong>. No total, mais<br />
de trinta povos indíge<strong>nas</strong> habitam ao longo do Xingu, descendentes<br />
de outros povos que ocu<strong>para</strong>m a região há milhares de anos.<br />
Poucas expedições de missionário e cientistas se aventuraram nessa<br />
região até o inicio do século XX, mas esse <strong>para</strong>íso, que até a década de 1950<br />
era habitado somente pelos povos indíge<strong>nas</strong>, deixou de ser impenetrável.<br />
Os territórios tradicionais indíge<strong>nas</strong> que se estendiam ao leste, a oeste,<br />
ao sul e ao norte das fronteiras do PIX ficaram fora de sua demarcação.<br />
As <strong>nas</strong>centes do rio, que também ficaram fora das terras indíge<strong>nas</strong>, estão<br />
comprometidas pelo assoreamento. A cabeça do Xingu esta “doente”,<br />
anunciam os índios ao virarem o mapa de ponta-cabeça. Se não fosse<br />
pelas terras indíge<strong>nas</strong> que preservam quase 40% da bacia, possivelmente<br />
toda essa região já teria sido ocupada. No mapa das <strong>nas</strong>centes do Xingu<br />
grandes manchas laranjas se destacam: são áreas desmatadas de<br />
fazendas de pecuária e soja. Quando a floresta é retirada, a chuva lava<br />
os solos e carrega os sedimentos <strong>para</strong> dentro dos rios; a água fica turva<br />
e muitos peixes desaparecem.<br />
O origem dessa mudança se deu recentemente, através de um processo<br />
de colonização durante a década de 1970, com milhares de produtores<br />
agrícolas do Sul, Sudeste e Nordeste do País. Vilas, estradas, cidades e vastas<br />
áreas de monocultura tomaram mais de um terço da região em ape<strong>nas</strong><br />
40 anos. A exploração madeireira foi tão intensa, que restaram poucas<br />
árvores-mãe – aquelas que fornecem grande quantidade de sementes –<br />
levando à quase extinção de algumas espécies de alto valor econômico,<br />
como o ipê-roxo. Nos anos 1990, o cultivo da soja impõe um ritmo de<br />
desmatamento ainda maior. A região das <strong>nas</strong>centes do Xingu perdeu mais<br />
de 4,5 milhões de hectares de sua vegetação original, enquanto políticos<br />
e cientistas estudam, discutem e divergem sobre como e onde proteger<br />
as florestas e os cerrados e onde ceder lugar à monocultura de grãos.<br />
Região das cabeceiras do Rio xingu<br />
Fonte: Almanaque Brasil socioambiental 2008 /<br />
Rosely Alvim Sanches<br />
foto satélite da<br />
Região do entoRno<br />
d o Pa R Q u e d o x i n g u<br />
MostRa eM VeRMelHo<br />
as áReas desMatadas<br />
48 49