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a distribuição ea expressão gramatical do futuro do conjuntivo no ...

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A <strong>distribuição</strong> e a <strong>expressão</strong> <strong>gramatical</strong> <strong>do</strong> <strong>futuro</strong> <strong>do</strong> <strong>conjuntivo</strong> <strong>no</strong> Português de Moçambique<br />

às frases condicionais, foram fornecidas frases que poderiam corresponder a<br />

condicionais hipotéticas (cf. (19)) e a condicionais factuais (cf. (20)): 21<br />

(19) a. Se eles tchovarem (tchovar), o carro pega. 22<br />

b. Se as crias forem (ser) fêm<strong>ea</strong>s, ganhamos com isso.<br />

(20) a. Se o canhoeiro é (ser) uma árvore, então pertence ao rei<strong>no</strong> vegetal.<br />

b. Se estás (estar), com babalaza, bebe uma Coca. 23<br />

A maioria das frases condicionais apresenta na prótase uma forma verbal<br />

flexionada <strong>no</strong> presente, <strong>no</strong> <strong>futuro</strong> <strong>do</strong> indicativo ou <strong>no</strong> imperativo, como pistas sintácticas<br />

para a flexão <strong>do</strong> verbo na apó<strong>do</strong>se, tal como mostram os exemplos:<br />

(21) a. Se eles ___ (tchovar), o carro pega.<br />

b. Se o casal não ____ (tiver) filhos, poderá a<strong>do</strong>ptá-los.<br />

c. Se tu ___ (vir) a Inhambane, não deixes de ir ao Tofo.<br />

Quanto às frases temporais, são introduzidas pelo conector quan<strong>do</strong> e podem ter<br />

associa<strong>do</strong>s ao valor temporal os valores hipotético (cf. (22)) ou factual (cf. (23)). 24<br />

(22) a. Quan<strong>do</strong> nós virmos (ver) o Paulo, diremos o necessário.<br />

b. Quan<strong>do</strong> tu terminares (terminar) o trabalho, desliga o computa<strong>do</strong>r.<br />

resulta<strong>do</strong>s, da<strong>do</strong> que a análise das duas estruturas será feita separadamente e os resulta<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s,<br />

<strong>do</strong> ponto de vista quantitativo, serão relativos a cada tipo de estrutura e não absolutos<br />

21 No entendimento de que uma condicional é factual quan<strong>do</strong> o “conteú<strong>do</strong> das duas proposições se<br />

verifica <strong>no</strong> mun<strong>do</strong> r<strong>ea</strong>l, <strong>no</strong> intervalo de tempo relevante” (Brito 2003:706). Já em condicionais hipotéticas,<br />

a condição remete para um mun<strong>do</strong> possível, cria<strong>do</strong> linguisticamente pelo enuncia<strong>do</strong>, epistemicamente não<br />

acessível <strong>no</strong> intervalo de tempo da enunciação (Brito, idem:707), estan<strong>do</strong> “aberta a possibilidade de o<br />

antecedente ser verdadeiro” Marques (2001:333).<br />

22 No teste aplica<strong>do</strong> aos falantes <strong>do</strong> PM, usaram-se itens lexicais específicos desta variedade, de forma a<br />

tornar as frases mais naturais para os falantes. Assim, tchovar é equivalente a empurrar em PE.<br />

23 Babalaza = Ressaca<br />

24 Sobre esta questão, estruturas temporais com valor temporal e condicional, veja-se Brito (2003).<br />

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