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a distribuição ea expressão gramatical do futuro do conjuntivo no ...

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A <strong>distribuição</strong> e a <strong>expressão</strong> <strong>gramatical</strong> <strong>do</strong> <strong>futuro</strong> <strong>do</strong> <strong>conjuntivo</strong> <strong>no</strong> Português de Moçambique<br />

a qual uma frase genérica ou habitual expressa generalização, regularidade ou repetição de<br />

eventos (cf. Carlson 2005). 41<br />

A ideia central que <strong>no</strong>rteia a proposta de Carlson (2005) é a de que as frases<br />

genéricas ou habituais se caracterizam por ser estativas, derivadas de frases não estativas,<br />

e, como estativas, elas observam a propriedade de sub-intervalo de tempo, na acepção de<br />

Dowty (1979). A partir daqui, defende-se que se a frase habitual é verdadeira num<br />

determina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de tempo, a mesma frase (genérica ou habitual) é também verdadeira<br />

em qualquer <strong>do</strong>s intervalos desse perío<strong>do</strong> de tempo, ainda que não seja em to<strong>do</strong>s os sub-<br />

intervalos. 42<br />

Considera-se ainda que as genéricas e habituais têm, na proposta de Dahl (1975), a<br />

componente intensional de senti<strong>do</strong>. Esta intensionalidade pode ser observada, em parte, por<br />

serem frases não acidentais (<strong>no</strong>naccidental). This is the <strong>no</strong>tion that the varying events<br />

generalized over are a part of larger generalization, and <strong>no</strong>t some happenstance (Pelletier<br />

& Schubert, 1989), cita<strong>do</strong> por Carlson (2005:2)). Relaciona<strong>do</strong> com a propriedade anterior<br />

está o princípio de que os genéricos e habituais têm a propriedade de tolerar excepções. Por<br />

exemplo, na frase genérica: pássaros voam, há excepções na medida em que há pássaros<br />

que não voam tais como os pinguins e as avestruzes.<br />

Estas são algumas propriedades que caracterizam as frases genéricas, em geral, e as<br />

genéricas habituais, em particular, às quais acrescentamos, para terminar esta breve<br />

apresentação da genericidade, o pressuposto de que elas são compatíveis com<br />

41 Carlson (2005) adverte que se tem aplica<strong>do</strong> às frases genéricas e habituais os termos ‘customary’,<br />

‘usitative’, ‘<strong>no</strong>mic’ e ‘frequentitive’ e que o termo “genérico” é pre<strong>do</strong>minante na literatura semântica e o<br />

termo “habitual” aparece mais na literatura descritiva. Acrescenta ainda que, em alguns trabalhos, se reserva<br />

o termo “genérico” para frases habituais com sintagmas <strong>no</strong>minais sujeitos com interpretação genérica em vez<br />

de uma referência específica.<br />

42 Recorde-se que para Lopes & Santos (1993) o que valida uma frase genérica é a <strong>no</strong>ção de intervalo de<br />

tempo aberto, ilimita<strong>do</strong>, em que a situação nelas descrita é verdadeira em to<strong>do</strong>s os sub-intervalos desse<br />

intervalo ilimita<strong>do</strong>. Porém, Carlson (1995) admite que uma frase genérica pode ser verdadeira ou falsa e que<br />

existem <strong>do</strong>is modelos para concluir se ela é verdadeira ou é falsa: a visão indutiva, em que a base da<br />

generalização é a observação de um conjunto de ocorrências, e a visão de regras e regulamentos, em que a<br />

base da generalização são as regras (de actividades, de jogos, etc.) ou leis observadas ou existentes <strong>no</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

Ainda a respeito desses modelos de interpretação de uma frase genérica, Greenberg (2002), apud Müller<br />

(2004:352), propõe: um cenário indutivo, em que o falante é leva<strong>do</strong> a uma generalização por testemunhar um<br />

padrão que se repete e um cenário preditivo, referente a casos em que o falante expressa uma generalização<br />

bas<strong>ea</strong>n<strong>do</strong>-se em conhecimento socialmente partilha<strong>do</strong>.<br />

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