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Vamos ubuntar? Um convite para cultivar a paz; Coleção abrindo ...

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<strong>Um</strong> <strong>convite</strong> <strong>para</strong> <strong>cultivar</strong> a <strong>paz</strong><br />

matar dos soldados em combate são: a brutalização e dessensibilização, o condicionamento clássico,<br />

o condicionamento operante e figuras-modelo. 29<br />

Em outras palavras, se desumaniza o soldado ou, como afirma o coronel Grossman, provoca-se<br />

uma “síndrome de imunodeficiência à violência adquirida”. Contudo, é importante advertir que a<br />

violência não se expressa apenas de maneira física. Há múltiplas formas de violência. Segundo o prof.<br />

Johan Galtung, podemos falar de três tipos de violência: a direta, mais evidente e fácil de reconhecer,<br />

consiste no uso da força, da palavra e do gesto com o intuito de intimidar, de provocar sofrimento,<br />

humilhação e desqualificação ou simplesmente de eliminar o outro ou os outros. Violência estrutural<br />

é aquela que se constrói em um sistema social e que se expressa pela desigualdade de oportunidades,<br />

de acesso às necessidades básicas tais como educação, saúde, alimentação, moradia<br />

digna, trabalho, cultura e lazer. Por último temos a violência cultural, que alude a peculiaridades<br />

da cultura/comunidade/etnia <strong>para</strong> justificar ou legitimar o uso direto, simbólico ou estrutural da<br />

violência – tal como no machismo e no racismo.<br />

Outro documento internacional de significativa importância <strong>para</strong> nossos propósitos é o<br />

resultante da Conferência Internacional sobre a Paz na Mente dos Homens, realizada em<br />

Yamoussoukro, na Costa do Marfim, em julho de 1989, por iniciativa da UNESCO. Nele se convidam<br />

os Estados, organizações intergovernamentais e não-governamentais, as comunidades científica,<br />

educacional e cultural do mundo e, ainda, todos os indivíduos a participarem do Programa de Paz,<br />

cujos quatro objetivos transcrevemos:<br />

Ajudar na construção de uma nova visão de <strong>paz</strong>, desenvolvendo uma cultura de <strong>paz</strong> baseada nos<br />

valores universais de respeito à vida, liberdade, justiça, solidariedade, tolerância, direitos humanos<br />

e igualdade entre mulheres e homens.<br />

Aumentar a consciência do destino comum de toda a humanidade <strong>para</strong> fomentar a implementação<br />

de políticas comuns que assegurem justiça nas relações entre seres humanos e uma<br />

parceria harmoniosa entre humanidade e natureza.<br />

29. FRIEDMAN, A.; CRAEMER, U. (Orgs.). Caminhos <strong>para</strong> uma aliança pela a infância. São Paulo: Aliança pela Infância, 2003.<br />

p. 156-157.<br />

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