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Amauta<br />

Claudia Koroll - Especial para a revista Classe<br />

Professora da Universidad popular Madres de Plaza de Mayo (Argentina)<br />

Terminado o ciclo de ditaduras militares na<br />

América Latina, quando os povos comemoram a<br />

“conquista da democracia”, as classes dominantes<br />

começam o processo de readequação dos mecanismos<br />

de controle, de afirmação de sua hegemonia,<br />

de produção de consenso, de fragmentação social e<br />

de repressão, necessários para assegurar o modo de<br />

acumulação capitalista na presente etapa. As “democracias<br />

realmente existentes” asseguram a livre<br />

movimentação de capitais e reagem furiosamente<br />

se os movimentos populares criam obstáculos à sua<br />

reprodução ou circulação. Os organismos internacionais<br />

de gestão do “governo mundial das multinacionais”<br />

(FMI, Banco Mundial, OMC, G-8, etc.) criam<br />

programas para garantir que o saque sistemático<br />

dos bens dos territórios subordinados a suas estratégias<br />

tenha vias de saída para o Primeiro Mundo.<br />

Promovem legislações para defender seus direitos.<br />

Criam forças militares para patrulhar e controlar<br />

essas regiões (como a IV Frota norte-americana).<br />

O capital ganhou direitos nessas “novas democracias”.<br />

O que não se observa suficientemente<br />

é como, ao mesmo tempo, os povos perderam direi-<br />

10<br />

Criminalização dos movimentos<br />

sociais na América Latina¹<br />

tos, em especial @s socialmente excluíd@s, enclausurados<br />

em verdadeiros guetos de miséria e indigência,<br />

em regiões onde não há direitos nem lei,<br />

salvo o grito de ordem das forças repressivas. Da<br />

Doutrina de Segurança Nacional, passou-se à Doutrina<br />

de Segurança Cidadã, ou à Doutrina de Segurança<br />

Democrática. A primeira perseguia preferencialmente<br />

@s “subversiv@s”, ou seja, os que não aceitavam a<br />

“ordem” imposta pelas burguesias e pelo imperialismo<br />

para defender e reproduzir seu sistema. Hoje se perseguem<br />

“os criminosos”, entendendo por criminoso tanto<br />

um movimento social que se levanta para recuperar a<br />

terra, cuidar do território que habita, evitar a destruição<br />

da natureza, <strong>fazer</strong> produzir uma fábrica abandonada<br />

por seus patrões, como alguém que, empurrado<br />

violentamente ao desamparo, cata comida no lixo, ou<br />

papelão nas ruas para sobreviver penosamente.<br />

A criminalização dos movimentos populares é<br />

um aspecto orgânico da política de controle social do<br />

capitalismo para garantir sua reprodução e ampliação.<br />

Articula planos diversos que vão desde a criminalização<br />

da pobreza e judicialização do protesto social<br />

até a repressão política aberta e a militarização.<br />

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO/2008 – Revista da Associação dos Docentes da UFF – CLASSE

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