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conseqüência disso, das 800 famílias<br />

que originalmente habitavam o local,<br />

restam hoje apenas 32. Atualmente, a<br />

pesca, que durante décadas foi a atividade<br />

responsável pelo sustento de boa<br />

parte dos moradores, quase não é mais<br />

praticada. Isto porque os militares<br />

passaram a confiscar 10% do pescado,<br />

além de proibirem a entrada de caminhões<br />

pesqueiros no Forte. Hoje, após<br />

mais de uma década de conflitos com o<br />

Exército, os aldeões que restaram no<br />

Imbuhy estão ameaçados de despejo do<br />

local onde nasceram e cresceram por<br />

uma ação de reintegração de posse<br />

“Ameaça à<br />

segurança nacional”<br />

A justificativa do Exército para desalojar<br />

os moradores da Aldeia Imbuhy é de<br />

que a presença deles no interior da fortaleza<br />

militar constitui “ameaça à segurança nacional”.<br />

No entanto, documentos revelam que os militares<br />

realizam uma série de eventos no Forte: réveillon,<br />

happy hour, churrascos, rodeios e festas em geral.<br />

Tudo sempre com muita bebida alcoólica, é claro.<br />

É curioso observar como, na concepção do Exército<br />

brasileiro, a presença de milhares de pessoas estranhas<br />

no interior do Forte em eventos como esses<br />

não parece constituir ameaça à segurança nacional.<br />

Enquanto isso, 32 famílias que lá vivem há décadas<br />

são vistas como um grande perigo que precisa ser<br />

eliminado “pelo bem da pátria”.<br />

Nas palavras de Aílton Navega, “isso aqui<br />

“isso aqui não é área de segurança<br />

nacional coisa nenhuma. É área de<br />

lazer dos militares, que ganham<br />

muito dinheiro alugando o<br />

espaço para eventos e vendendo<br />

passes àqueles que desejam<br />

freqüentar a Praia do Imbuhy”<br />

Aílton Navega<br />

não é área de segurança nacional coisa nenhuma.<br />

É área de lazer dos militares, que ganham muito<br />

dinheiro alugando o espaço para eventos e vendendo<br />

passes àqueles que desejam freqüentar a Praia<br />

do Imbuhy. Em fins de semana de sol, isso aqui fica<br />

coalhado de gente!” Decidimos checar a informação<br />

de que há comércio de passes para se freqüentar<br />

a praia do Forte. Em telefonema ao 21º Grupo de<br />

Artilharia de Campanha, que administra o local,<br />

fomos informados de que, para freqüentar a Praia<br />

do Imbuhy, é necessário ter um passe que custa<br />

a bagatela de R$ 400,00. Tudo pago à vista e em<br />

dinheiro. Nesse contexto, fica mais fácil entender<br />

porque tanta fixação em expulsar os aldeões, que<br />

CLASSE – Revista da Associação dos Docentes da UFF – OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO/2008 73

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