A Viagem de Marcus.Rogé2

A porta do quarto se abriu, sem deixar entrar
mais claridade da que ja existia no seu interior, e
uma figura esguia, alta, de cor morena
aproximou-se de mim. Era uma mulher jovem, de
tracos meigos e delicados. Fazendo-me sinal de
silencio com seu dedo indicador da mao direita
aposto verticalmente sobre a boca.
Imediatamente, perguntei-lhe onde estava e
como havia chegado ate ali? Pela sua fisionomia,
de espanto e interrogacao, compreendi que nao
havia entendido minhas palavras. Chegando-se
bem proxima de mim, colocou seu dedo
indicador direito sobre meus labios, num gesto
caracteristico para fazer silencio. Falou-me algo
que nao compreendi. Seu idioma era-me
completamente estranho. Ate aquele momento,
pelo que sabia, jamais havia ouvido tal idioma,
ou dialeto. Procurando ter calma, respirei
profundamente e dei-lhe a entender que estava
tudo bem. Notei que seus olhos examinavam-me
por um todo. Em seguida, meiga e delicadamente,
apalpou meu abdomen, observando-me com
muita atencao. Aproximando seu rosto do meu,
olhou profundamente nos meus olhos. Pela sua
expressao, notei que estava satisfeita com o que
vira e com o exame que havia feito. Reparando
em suas feicoes, notei que seus olhos eram