The L Word - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
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LABOR – INTRODUçÃO<br />
Kit [na gravação <strong>de</strong> um disco, com cantoras] – Tudo se resume<br />
a transformação, se resume a mu<strong>da</strong>nça. É algo que a<br />
mulher conhece. Constante mu<strong>da</strong>nça é a única constante.<br />
Sangramos e não morremos. Transpiramos quando está –10<br />
lá fora.<br />
<strong>The</strong> L <strong>Word</strong>, 3ª Tempora<strong>da</strong>, Ep. 3.08: “Apoio e Meditação”<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, duas mulheres <strong>de</strong>sfoca<strong>da</strong>s e os bondinhos do Pão-<strong>de</strong>-Açúcar se cruzando<br />
ao fundo. Essa foi a cena que representou o primeiro beijo lésbico em uma telenovela<br />
brasileira. Ela foi exibi<strong>da</strong> no último capítulo <strong>de</strong> O Rebu, que era transmiti<strong>da</strong> às 22 horas,<br />
simbolizando o beijo do casal Glorinha (Isabel Ribeiro) e Roberta (Regina Viana). De<br />
1974, época <strong>da</strong> exibição <strong>da</strong> novela <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Braúlio Pedroso, até 2007, é inegável<br />
que houve avanços na representação <strong>de</strong> homossexuais na mídia, embora, pelo menos<br />
até o final do século XX, fosse predominante uma imagem negativa e basea<strong>da</strong> em estereótipos,<br />
presentes em filmes, novelas e programas humorísticos. A mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> tratamento<br />
mais expressiva está no início do século XXI, quando ser homossexual começa a<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser tratado como um problema, castigo ou erro e passa a permear o cotidiano<br />
dos personagens, obviamente ressalvando que ain<strong>da</strong> existem produções que associam<br />
características negativas a esse grupo, sobretudo nos programas humorísticos exibidos<br />
na televisão brasileira, como Casseta e Planeta, exibido semanalmente pela Re<strong>de</strong> Globo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998. É inegável que houve um incremento <strong>de</strong> personagens homossexuais na<br />
televisão e em outras mídias no Brasil, mas este ain<strong>da</strong> é pequeno, especialmente se comparado<br />
ao que se vê nas produções americanas.<br />
Apesar <strong>de</strong> o Brasil não ter tradição na apresentação <strong>de</strong> personagens homossexuais mais<br />
completos e complexos, não se po<strong>de</strong> negar o consumo <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> produtos americanos<br />
e europeus no país. Entre eles, alguns são recebidos, em geral, com aplausos<br />
pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> LGBT, como O segredo <strong>de</strong> Brokeback Mountain, <strong>de</strong> Ang Lee (2005),<br />
e Imagine eu & você, <strong>de</strong> Ol PARKER (2005), no cinema – e a série <strong>The</strong> L <strong>Word</strong> (SHOWTI-<br />
ME, 2004), na televisão. Já entre as representações <strong>de</strong> lésbicas mais recentes produzi<strong>da</strong>s<br />
e consumi<strong>da</strong>s no Brasil, também bem recebi<strong>da</strong>s pela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> homossexual, <strong>de</strong>stacamos<br />
o casal Eleonora (Mylla Christie) e Jenifer (Bárbara Borges) na novela Senhora do<br />
<strong>de</strong>stino, exibi<strong>da</strong> pela Re<strong>de</strong> Globo, entre 2004 e 2005, que recebeu inclusive a atenção<br />
<strong>da</strong> pesquisa acadêmica (por exemplo, GOMIDE, 2006). Essas produções são apenas al-<br />
– eLas por eLas 1