The L Word - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG
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niels também agra<strong>de</strong>ceu a doação e disse que esse é um ato que aju<strong>da</strong><br />
a mu<strong>da</strong>r a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> muita gente. “Há poucos momentos na vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma<br />
mulher on<strong>de</strong> ela sente que tem sorte suficiente <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong> algo<br />
que mu<strong>da</strong>rá a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> muitas pessoas. Esse é um dos momentos. Eu estou<br />
<strong>de</strong>cidi<strong>da</strong> <strong>de</strong> que minha personagem inspirou tal ato <strong>de</strong> generosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e exalta ser parte disso”, afirmou Daniels. (FÃ..., 2007).<br />
Em <strong>The</strong> L <strong>Word</strong>, há mais exemplos como o do combate ao câncer <strong>de</strong> mama, mostrando o<br />
quanto o merchandising nas telas po<strong>de</strong> influenciar as ações <strong>da</strong>s telespectadoras e o quanto<br />
isso foi abertamente explorado pela produção do programa. Ao perceber o potencial<br />
<strong>da</strong> ficção em viabilizar ações concretas em busca <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> melhor, a produção <strong>de</strong><br />
<strong>The</strong> L <strong>Word</strong> se uniu à organização lésbica Equality Now, que luta contra a discriminação<br />
e a violência contra a mulher, e lançou um leilão beneficente no site eBay, no início <strong>de</strong> setembro<br />
<strong>de</strong> 2008. Com lances a partir <strong>de</strong> US$1.000,00, a vencedora teve o direito <strong>de</strong> passar<br />
três dias no set <strong>de</strong> filmagens no Canadá, convivendo com as atrizes <strong>da</strong> série. O dinheiro<br />
arreca<strong>da</strong>do foi para a ONG americana. (PRODUTORES..., 2008).<br />
Na mesma linha <strong>de</strong> Balogh (2002), Lopes (2004) aponta o espaço ficcional como um território<br />
para a re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> culturas i<strong>de</strong>ntitárias. Nesse sentido, a autora ressalta a ficção<br />
televisiva como elemento <strong>de</strong>cisivo, uma vez que “configura e oferece material precioso<br />
para enten<strong>de</strong>r a cultura e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> que é expressão” (p. 124).<br />
Além disso, o atual <strong>de</strong>bate sobre a internacionalização elege a teleficção<br />
tanto como espaço estratégico <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s que tem<br />
na nação seu ponto <strong>de</strong> inflexão, quando como instrumento privilegiado<br />
<strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s estratégias <strong>de</strong> captura <strong>da</strong> audiência e <strong>de</strong> autorreconhecimento<br />
(“a ficção fala <strong>de</strong> nós”). A perspectiva é a do cenário transnacional,<br />
<strong>da</strong> viagem, <strong>da</strong> migração <strong>de</strong>ssas narrativas, <strong>da</strong> presença do outro, situação<br />
em que constitui a interculturali<strong>da</strong><strong>de</strong> (LOPES, 2004, p. 130).<br />
A autora lembra, ain<strong>da</strong>, que essas narrativas respon<strong>de</strong>m à própria necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir e<br />
ver, ao mesmo tempo em que articulam temas fortes e elementares do estar no mundo.<br />
Ao pesquisar a recepção na telenovela, Almei<strong>da</strong> (2003) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que esses programas<br />
realizam uma espécie <strong>de</strong> educação sentimental no telespectador, que passa a pensar em<br />
sua própria vi<strong>da</strong> a partir dos acontecimentos que testemunha.<br />
Os espectadores tanto entram em contato com certas situações e sentimentos,<br />
como através <strong>de</strong>ssas situações refletem e discutem sobre suas<br />
vi<strong>da</strong>s priva<strong>da</strong>s, sobre certas concepções sociais que são veicula<strong>da</strong>s pelas<br />
novelas e que permitem a revisão <strong>de</strong> suas próprias concepções (p. 205).<br />
Nesse sentido, Almei<strong>da</strong> vai além do merchandising social e questões mais coletivas,<br />
– eLas por eLas 28