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The L Word - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG

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trução, fica evi<strong>de</strong>nte que não é possível fechar uma <strong>de</strong>finição do que é ser lésbica ou do<br />

que é ter tal i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Simonis (2007) ilustra essas inúmeras possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> apresentação<br />

do estilo lésbico que compõem a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> lésbica.<br />

Há imagens lésbicas para todos os gostos e cores: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as ultrafemininas<br />

até as supermasculinas, passando pelas fêmeas, as butches, as machonas,<br />

as andróginas, as que estão em algum lugar entre esses extremos,<br />

entre as muitas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, as que jamais dormiram com um homem<br />

ou com uma pessoa transexual, travesti, drag queens, drag kings, as sadomasoquistas,<br />

as que preferem o sexo papai e mamãe, as que utilizam<br />

brinquedos sexuais, as a<strong>de</strong>ptas do couro, as sapas, as gays, as homossexuais,<br />

as que têm cromossoma XY com ou sem resignação, as que têm<br />

papéis fixos, as que têm papéis simétricos, as que têm como parceiras<br />

mulheres bissexuais ou heterossexuais, as que tomam testosterona, as<br />

celibatárias, as mães e as que nunca pariram (p. 137, tradução nossa) 2 .<br />

A partir <strong>da</strong>s consi<strong>de</strong>rações feitas, que reafirmam a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos pontua<strong>da</strong> por<br />

Simonis (2007), pensamos que nunca será possível dizer <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> lésbica num<br />

sentido único, restrito, imutável e limitado. Essa dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se apreen<strong>de</strong>r uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

uma vez que os espectros são amplos e estão em permanente mu<strong>da</strong>nça, é <strong>de</strong>staca<strong>da</strong><br />

por vários pesquisadores, entre eles Leal (2008):<br />

Não se trata <strong>de</strong> negar as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s teóricas e empíricas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

as pessoas, grupos ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a partir <strong>de</strong> marcas i<strong>de</strong>ntitárias,<br />

mas <strong>de</strong> estar em permanente estado <strong>de</strong> alerta quanto às ambivalências<br />

e volatili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que no momento mesmo em que são<br />

‘captura<strong>da</strong>s’, já se encontram em processo <strong>de</strong> transformação (p. 111).<br />

Nesse início do século XXI, assim como Leal (2008), outros pesquisadores brasileiros dos<br />

temas LGBT, entre eles Bento (2006), Bene<strong>de</strong>tti (2005), Facchini (2005) e Louro (2004), ao<br />

tratarem <strong>de</strong> sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s complexas, como a <strong>de</strong> transexuais e travestis, reforçam<br />

a i<strong>de</strong>ia já difundi<strong>da</strong> pela filósofa americana Judith Butler, uma <strong>da</strong>s pioneiras a mostrar<br />

que corpo, sexo e gênero são frutos <strong>de</strong> construções e não algo pronto, <strong>da</strong>do, como<br />

por muito tempo nos fizeram pensar. Butler (2001) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o gênero é<br />

inconstante e contextual. Sobre o sexo, diz que “é uma <strong>da</strong>s normas pelas quais o alguém<br />

2 “Hay imágenes lesbianas para todos los gustos y colores: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> las ultrafemeninas, a las supermasculinas,<br />

pasando por las femmes, las butch, marimachos o machorras, las andróginas, las que están en algún<br />

punto entre los extremos o coquetean, entre las muchas posibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, las que jamás se acostaron con un<br />

hombre y/o con una persona transgénero o transexual, travestis, drag queens, drag kings o con una persona<br />

intersex, las sadomasoquistas, las que prefieren el sexo vainilla, las que utilizan juguetes sexuales, las<br />

leather, las tortis, las gays, las homosexuales, las que tienen cromosomas XY con o sin resignación, las que<br />

tienen roles fijos, las que tienen roles simétricos, las que están en pareja con mujeres bisexuales o heterosexuales,<br />

las que toman testosterona, las célibes, las madres y las que nunca parieron.”<br />

– eLas por eLas 11

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