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The L Word - Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMG

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mos acesso sem estarmos fisicamente presentes” (BUONANNDO, 2004, p. 342).<br />

A partir <strong>de</strong> autores como Balogh (2002), Buonnando (2004), Costa (2002), Lacalle (2001),<br />

Lopes (2004) e Tufte (2004), po<strong>de</strong>mos olhar para <strong>The</strong> L <strong>Word</strong> e levantar alguns questionamentos.<br />

Teria a série possibilitado às lésbicas a criação <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

com as personagens? Teria, mais que isso, permitido que, por meio <strong>da</strong>s personagens, experimentassem<br />

um universo menos preconceituoso do que o <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> real, especialmente<br />

no caso <strong>da</strong>s telespectadoras lésbicas que vivem em ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s cujo preconceito ain<strong>da</strong> é<br />

muito forte e o armário quase condição <strong>de</strong> sobrevivência? Será que as lésbicas conseguiram<br />

viver, por meio do programa, situações <strong>de</strong> sucesso e <strong>de</strong> reconhecimento social? <strong>The</strong><br />

L <strong>Word</strong> teria contribuído para uma pequena amostra do universo lésbico, propiciando<br />

<strong>de</strong>bates e reflexões a respeito do tema? Como <strong>de</strong>stacamos na introdução <strong>de</strong>ste trabalho,<br />

tentaremos respon<strong>de</strong>r a esses questionamentos por meio <strong>da</strong> análise <strong>da</strong>s cinco personagens<br />

principais do programa.<br />

2.1 Local <strong>de</strong> diversificação <strong>de</strong> temas e formatos<br />

Com tamanha capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seduzir telespectadores e <strong>de</strong> se colocar nesse espaço <strong>de</strong><br />

fórum e <strong>de</strong> construção social, o que é ampliado pela convergência <strong>de</strong> mídias, a telinha<br />

também arrebanha, no Brasil e em todo o mundo, levas <strong>de</strong> pesquisadores que se <strong>de</strong>bruçam<br />

sobre telejornais, reality shows, telenovelas e outros programas <strong>de</strong> entretenimento<br />

em busca <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a questionamentos que o meio suscita. No Brasil, particularmente,<br />

um gênero ain<strong>da</strong> tem sido pouco explorado: o <strong>da</strong>s séries ou dos seriados <strong>de</strong> TV,<br />

como alguns estudiosos preferem chamar. Nascidos sob a classificação <strong>de</strong> programa <strong>de</strong><br />

ficção e categorizados como entretenimento, esses produtos conquistam a<strong>de</strong>ptos e se<br />

mostram instigantes <strong>da</strong><strong>da</strong> a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> temática, formatos e hibridização com outros<br />

programas e mídias. Trata-se, assim, <strong>de</strong> um objeto que se oferece ao pesquisador cheio <strong>de</strong><br />

peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s que vão além <strong>da</strong>s categorizações. É certo, ain<strong>da</strong>, que esse formato serial<br />

não começa na televisão, mas, bem antes, como recupera Machado (2003), nas formas<br />

epistolares <strong>da</strong> literatura – cartas, sermões – e nas narrativas míticas como As mil e uma noites.<br />

Posteriormente, <strong>de</strong>senvolveu-se com os folhetins, publicados em jornais e prosseguiu<br />

na chama<strong>da</strong> radionovela. Sua primeira versão audiovisual foram os seriados do cinema.<br />

O seriado nasce no cinema por volta <strong>de</strong> 1913, como <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong>s<br />

mu<strong>da</strong>nças que estavam acontecendo no mercado <strong>de</strong> filmes. Nessa época,<br />

parte consi<strong>de</strong>rável <strong>da</strong>s salas <strong>de</strong> cinema era ain<strong>da</strong> os antigos nickelo<strong>de</strong>ons,<br />

que só passavam filmes curtos, inclusive porque o público ficava<br />

– eLas por eLas 30

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