DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
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po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> cunho relacional e englobar as diversas dimensões das obras <strong>de</strong> arte que <strong>de</strong> fato<br />
existem contextualmente no mundo 14 .<br />
Assim, chegamos à apresentação do nosso objeto <strong>de</strong> estudo: a teoria institucional <strong>de</strong><br />
George Dickie. Dentre as <strong>de</strong>mais contemporâneas, esta nos parece mais promissora e fecunda no<br />
que diz respeito a i<strong>de</strong>ntificar a arte no mundo, lidando com este problema filosófico mais<br />
realisticamente. O texto que se segue apresenta a teoria <strong>de</strong> Dickie, esmiuçando seus <strong>de</strong>talhes para<br />
mostrar que tal proposta <strong>de</strong> investigação é mais esclarecedora sobre os fenômenos artísticos<br />
reais, incluindo aqueles que assistimos no atual momento <strong>de</strong> tensão da história da arte - mesmo o<br />
foco da teoria não sendo especificamente incluir ready-ma<strong>de</strong>s e casos <strong>de</strong> fronteira à história.<br />
Para respon<strong>de</strong>r a pergunta “o que é a arte?” <strong>de</strong>veríamos, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Dickie, compreen<strong>de</strong>r a<br />
prática humana <strong>de</strong> criá-la e apreciá-la. A investigação <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar as condições que<br />
permitem a criação da arte e os elementos que a envolvem, juntamente com a recepção do<br />
público. A teoria institucional primeiramente <strong>de</strong>screve estas condições e elementos, para <strong>de</strong>pois<br />
reuni-los em um conjunto interconectado <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições. É uma perspectiva que consi<strong>de</strong>ra a<br />
produção real <strong>de</strong> obras e como elas são apresentadas na prática a um público. Assim, o ponto-<br />
chave <strong>de</strong>ste olhar diferenciado é ver a arte como uma construção social, feita no <strong>de</strong>correr do<br />
tempo, em todas as culturas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento histórico:<br />
“A teoria procura <strong>de</strong>screver o empreendimento da arte, e suas <strong>de</strong>finições são<br />
uma <strong>de</strong>stilação <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>scrição.” 15<br />
14 BRANQUINHO, 2006. No <strong>de</strong>correr do texto serão tratados mais <strong>de</strong>talhadamente alguns modos <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a arte.<br />
15 “The theory attempts to <strong>de</strong>scribe the art enterprise and the <strong>de</strong>finitions are the distillation of that <strong>de</strong>scription.”<br />
(DICKIE, 1984, p. 111)<br />
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