16.04.2013 Views

DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop

DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop

DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

da realida<strong>de</strong>. Se, em contrapartida, buscássemos as obras <strong>de</strong> arte no mundo para <strong>de</strong>las tirar uma<br />

especificida<strong>de</strong> intrínseca, também não conseguiríamos i<strong>de</strong>ntificar uma proprieda<strong>de</strong> comum fixa<br />

capaz <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificá-las. Enfim, arte é algo in<strong>de</strong>finível 33 quando investigada intrinsecamente.<br />

Ou seja, dado que as obras <strong>de</strong> arte são comumente inovadoras e inusitadas, havendo nelas<br />

intensa diversida<strong>de</strong>, a busca por uma especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong>finidora se torna insólita e equivocada.<br />

Como seria possível conciliar a gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> da arte com uma <strong>de</strong>finição que não exclua o<br />

que já foi produzido e nem limite a criativida<strong>de</strong> artística?<br />

Para Weitz só havia uma saída: apostar nas semelhanças que certas obras apresentam<br />

entre si como forma <strong>de</strong> reconhecer a arte. Ou seja, se é impossível <strong>de</strong>finir arte intrinsecamente,<br />

apostemos então, na comparação entre as características evi<strong>de</strong>ntes das obras <strong>de</strong> arte para chegar<br />

o mais perto possível <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntificação daquilo que consi<strong>de</strong>ramos como arte. A melhor<br />

alternativa para i<strong>de</strong>ntificar verda<strong>de</strong>iras obras <strong>de</strong> arte é comparar novas obras com as pré-<br />

existentes, ampliando o escopo da arte sempre que surgirem casos <strong>de</strong> fronteira ou objetos que<br />

não temos <strong>de</strong> fato certeza se po<strong>de</strong>m ser chamados <strong>de</strong> arte. Um bom exemplo <strong>de</strong>sta perspectiva<br />

seria A Fonte, <strong>de</strong> Duchamp, que inicialmente acusada <strong>de</strong> não ser arte, amplia o espaço na história<br />

da arte <strong>de</strong>signada pelo termo conceitual.<br />

“(…): os platônicos inferem Formas para explicar i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s na experiência e<br />

<strong>de</strong>las tirarem as intensões <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> palavras, que eles crêem serem<br />

manifestas em relações <strong>de</strong> gênero/espécies; (...); já os teóricos das semelhanças<br />

renunciam as inferências para se concentrarem exclusivamente nas<br />

semelhanças experimentadas, a partir das quais tentam construir intensões.” 34<br />

33<br />

Adiante, no próximo capítulo, falaremos mais <strong>de</strong>talhadamente sobre a teoria <strong>de</strong> Morris Weitz.<br />

34<br />

“(...): the platonists infer Forms to explain i<strong>de</strong>ntities in experience and to be the intensions of all kinds of words,<br />

wich they take to be manifested in genus/species relationships; (…); and the similarity theorists forego inference<br />

and focus solely on experienced similarities out of which they try to construct intensions.” (DICKIE, 2001, p. 14)<br />

19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!