DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
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em suas micro-estruturas. O ouro, por exemplo, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como número atômico 79 e<br />
água como H2O. Consi<strong>de</strong>ram-se as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sta forma <strong>de</strong> investigação sólidas<br />
porque <strong>de</strong> fato estas espécies naturais po<strong>de</strong>m realmente ser analisadas e <strong>de</strong>finidas em função <strong>de</strong><br />
suas micro-estruturas. Ou seja, água é H2O em qualquer estado que se encontre e em qualquer<br />
mundo possível.<br />
Porém, este tipo <strong>de</strong> investigação só funciona em casos que há uma composição ou<br />
elemento físico intrínseco passível <strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificado. Tal método investigativo funciona bem<br />
quando se trata <strong>de</strong> investigar o que são coisas naturais como elementos, compostos e espécies.<br />
Porém, segundo Dickie, não se adéquam quando se trata da i<strong>de</strong>ntificação da arte, pois ela não<br />
tem um elemento intrínseco que possa ser pinçado e esmiuçado. Não é um composto e nem uma<br />
espécie ou organismo vivo da natureza.<br />
“Nos casos dos elementos, compostos e espécies, as proprieda<strong>de</strong>s essenciais<br />
são subjacentes porque se tratam <strong>de</strong> micro-estruturas. As <strong>de</strong>scobertas das<br />
essências do tipo natural são feitas através <strong>de</strong> uma abordagem extensional.” 28<br />
Por não possuir uma constituição física <strong>de</strong>terminante po<strong>de</strong> até ser que, intuitivamente, a<br />
<strong>de</strong>finição da arte <strong>de</strong>vesse permanecer sendo investigada por inferências. Mas Dickie não se<br />
convence. Até este ponto ele está <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que arte não po<strong>de</strong> ser investigada intrinsecamente,<br />
nem por inferências, nem via composição física. E quer apontar outro caminho para sua real<br />
i<strong>de</strong>ntificação. Mas precisava <strong>de</strong> um argumento sólido para sustentar sua <strong>de</strong>fesa.<br />
28<br />
“In the cases of elements, compounds and species, the essential properties are un<strong>de</strong>rlying because they are<br />
micro-structures. The discovery of the essences of natural kind – (…) – is approached through extensions.” (DICKIE,<br />
2001, p. 16)<br />
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