DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
solteiros são criados por nós e não po<strong>de</strong>riam existir in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> nós 35 - <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um<br />
estatuto que é publicamente atribuído <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma cultura.<br />
Neste sentido, a arte é entendida pela teoria institucional <strong>de</strong> Dickie como uma noção<br />
cultural inserida em relações culturais subjacentes. Weitz falou em reconhecer a arte comparando<br />
obras <strong>de</strong> arte vias suas características evi<strong>de</strong>ntes. Já Dickie amplia este escopo apontando que<br />
também as características evi<strong>de</strong>ntes não são suficientes para i<strong>de</strong>ntificar a arte. Sendo assim, são<br />
as características subjacentes que <strong>de</strong>vem ser investigadas para que se possa chegar a uma<br />
<strong>de</strong>finição capaz <strong>de</strong> dar conta das obras <strong>de</strong> arte, dadas no mundo - características subjacentes<br />
investigadas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma perspectiva relacional.<br />
E sendo os antropólogos os cientistas que investigam fenômenos culturais, caberia a eles<br />
<strong>de</strong>scobrir a relação cultural entre obras <strong>de</strong> arte e a natureza da arte, chegando enfim numa<br />
<strong>de</strong>finição a<strong>de</strong>quada. Os especialistas <strong>de</strong>signados para o fim <strong>de</strong> investigar os comportamentos<br />
ditos artísticos seriam os assim chamados, segundo Dickie, <strong>de</strong> antropólogos culturais. Isso<br />
porque se a arte realmente pu<strong>de</strong>r ser entendida como um fenômeno cultural comum às diversas<br />
culturas, sua natureza teria <strong>de</strong> comportar todos os tipos <strong>de</strong> arte que existem. E a figura do<br />
antropólogo cultural surge para não haver arbitrarieda<strong>de</strong>s. O antropólogo cultural seria<br />
responsável por i<strong>de</strong>ntificar as práticas artísticas, seu uso linguístico e suas características gerais.<br />
“Com “arte”, teremos <strong>de</strong> chegar a uma extensão preliminar razoável e então<br />
procurar uma prática cultural que esteja subjacente a essa extensão preliminar<br />
ou a algum subconjunto significativo <strong>de</strong>la.” 36<br />
35<br />
DICKIE, 2008.<br />
36<br />
“With ‘art’ we will have to winnow our way down to a reasonable preliminary extension and then look for a<br />
cultural practice that un<strong>de</strong>rlies this preliminary extension or some significant subset of it.” (DICKIE, 2001, p.26)<br />
21