DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Ou, po<strong>de</strong>mos analisar o uso prático daquilo que <strong>de</strong>sejamos <strong>de</strong>finir na tentativa <strong>de</strong> encontrar uma<br />
<strong>de</strong>finição que abarque todo contexto real já executado.<br />
Dickie faz esta diferenciação propositadamente para po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r sua teoria como uma<br />
proposta contextual <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição da arte através <strong>de</strong> suas extensões - obras <strong>de</strong> arte - e<br />
circunstâncias - ambiente em que obras são apresentadas. Trata-se <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição<br />
<strong>de</strong> cunho relacional.<br />
No artigo “Definindo Arte: Intensão e Extensão” Dickie atribui a investigação intrínseca<br />
do conceito arte à tradição platônica. Segundo seu ponto <strong>de</strong> vista, os platônicos explicavam as<br />
coisas do mundo através da participação <strong>de</strong>las nas Formas inteligíveis da razão. Estas Formas<br />
continham a essência e o significado das coisas e também indicavam as <strong>de</strong>finições que as<br />
<strong>de</strong>signavam <strong>de</strong>ntro da linguagem. As Formas eram imutáveis e abstratas, dadas e completas. Em<br />
outras palavras, eram idéias racionais que davam forma às coisas às quais temos acesso no<br />
mundo sensível da experiência (<strong>de</strong>terminavam suas extensões). Primeiro se i<strong>de</strong>ntificava o<br />
conteúdo <strong>de</strong> algo para <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>terminar no mundo aquilo que os representava.<br />
Neste sentido estabeleceu-se que a busca pela natureza da arte <strong>de</strong>veria, como qualquer<br />
outra <strong>de</strong>scoberta, acontecer através <strong>de</strong> inferências racionais que buscassem condições para a<br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sua essência. Para Dickie este tipo <strong>de</strong> investigação sobre o conhecimento, focada na<br />
inferência <strong>de</strong> essências que contenham uma <strong>de</strong>terminação para a existência das coisas no mundo,<br />
não funciona quando o termo que se <strong>de</strong>seja i<strong>de</strong>ntificar é do gênero <strong>de</strong> arte. Arte na prática<br />
apresenta tão intensa diversida<strong>de</strong> e complexida<strong>de</strong>, que não po<strong>de</strong> ser investigada estritamente<br />
através <strong>de</strong> inferências e da análise da linguagem. Para Dickie obras <strong>de</strong> arte estão intimamente<br />
15