16.04.2013 Views

DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop

DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop

DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

produzimos coisas tão impensadas. Por que achar que em algum momento ela se acalmaria e se<br />

contentaria com obras repetidas e paradigmáticas? Isso não ocorre nem com as ciências, nem<br />

com a filosofia, por que aconteceria com a arte?<br />

Um dos primeiros pensadores a questionar a arte como conceito aberto foi Maurice<br />

Man<strong>de</strong>lbaum. Ele afirmou que a teoria <strong>de</strong> Weitz só consi<strong>de</strong>rava aspectos patentes das obras <strong>de</strong><br />

arte, mas que existem aspectos relacionais menos óbvios que po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> critérios à<br />

i<strong>de</strong>ntificação da arte 58 . No caso das semelhanças <strong>de</strong> família, usadas pelo próprio Weitz, o DNA<br />

seria um padrão fixo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação a todos os filhos <strong>de</strong> um mesmo pai e <strong>de</strong> uma mesma mãe<br />

capaz <strong>de</strong> refutar sua posição. Não se trata <strong>de</strong> um padrão evi<strong>de</strong>nte a olho nu, mas existe. Assim, a<br />

falta <strong>de</strong> características comuns na qual Weitz se pautou para apresentar seu argumento do<br />

conceito aberto não é <strong>de</strong> fato uma falha.<br />

Outro aspecto que se po<strong>de</strong> levantar sobre a posição <strong>de</strong> Weitz é que ao enfatizar que arte é<br />

não precisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição e ao salientar que só precisamos reconhecê-la através <strong>de</strong> semelhanças e<br />

similarida<strong>de</strong>s, ele coloca em segundo plano o problema do qual estamos tratando aqui, enten<strong>de</strong>r à<br />

natureza da arte. Como vimos na introdução, apesar <strong>de</strong> não ser vital, este é um problema <strong>de</strong>nso,<br />

sério e intrigante que, direta ou indiretamente, nos afeta. Sobrepujar o problema da natureza da<br />

arte substituindo-o por como <strong>de</strong>vemos classificar os diversos tipos <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> arte em classes<br />

diversificadas não o arquiva. Será que a arte é realmente impossível <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida ou será que<br />

somos nós que a estamos tentando <strong>de</strong>finir <strong>de</strong> modo equivocado?<br />

58 DICKIE, 2008.<br />

35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!