DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
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2.2 Morris Weitz:<br />
Há um <strong>de</strong>nominador comum a toda arte?<br />
Pensadores como Paul Ziff e Morris Weitz 51 são apontados por George Dickie como<br />
teóricos da semelhança por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem que a arte <strong>de</strong>ve ser reconhecida num processo<br />
comparativo das semelhanças e similarida<strong>de</strong>s presentes nas obras <strong>de</strong> arte. Morris Weitz, mais<br />
especificamente, apontou todo um novo olhar sobre a <strong>de</strong>finição da arte, afirmando que se trata <strong>de</strong><br />
algo in<strong>de</strong>finível. Mas para entendê-lo temos <strong>de</strong> nos voltar para como começa este ponto <strong>de</strong> vista.<br />
Ao encarar a questão “o que é arte?” comumente buscava-se uma <strong>de</strong>finição essencialista<br />
que contivesse as condições necessárias e suficientes, não apontando proprieda<strong>de</strong>s banais para<br />
sua i<strong>de</strong>ntificação. Na concepção <strong>de</strong> Weitz o que se preten<strong>de</strong> na finalida<strong>de</strong> é um conceito fechado<br />
<strong>de</strong> arte, que i<strong>de</strong>ntifique os constituintes fixos e estritos da nossa concepção quando acreditamos<br />
saber o que ela é.<br />
A gran<strong>de</strong> inovação <strong>de</strong> Weitz é justamente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que arte é um conceito aberto e não<br />
fechado. Um conceito aberto não estipula condições necessárias nem suficientes para algo ser<br />
alguma coisa 52 . Em outras palavras, significa dizer que não há um conteúdo correspon<strong>de</strong>nte que<br />
restrinja a extensão daquilo que se quer <strong>de</strong>finir. Portanto, algo com uma natureza sem um escopo<br />
fixo <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação. Neste sentido, para que buscar uma <strong>de</strong>finição que somente geraria<br />
contradição, nunca correspon<strong>de</strong>ndo à produção artística pertencente à realida<strong>de</strong>? Assim, em<br />
51<br />
WEITZ, 2007.<br />
52<br />
WEITZ, 2007. Para compreen<strong>de</strong>r conceito aberto temos <strong>de</strong> contrapô-lo à noção <strong>de</strong> conceito fechado. Aquele que<br />
<strong>de</strong>termina com precisão as especificida<strong>de</strong>s do que se <strong>de</strong>seja conhecer. Fizemos esta diferenciação no capítulo<br />
anterior (ver nota 32).<br />
31