DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
DEFIL - Diss - Ana Augusta Carneiro de Andrade Araujo - Ufop
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
2.1 R. G. Collingwood:<br />
Os artistas imprimem suas marcas nas obras <strong>de</strong> arte<br />
Na contemporaneida<strong>de</strong>, Bene<strong>de</strong>tto Croce exaltou a expressão da emoção do artista<br />
durante sua produção como um dos aspectos fundamentais na investigação sobre a natureza da<br />
arte 38 . Leão Tolstoi 39 também empregou a importância dos sentimentos em sua teoria sobre a<br />
arte. Para ele a arte era uma maneira <strong>de</strong> comunicar emoções <strong>de</strong> uma pessoa (o artista) para outra<br />
pessoa (o espectador). Porém, tal comunicação não era passiva. Na verda<strong>de</strong> toda a teoria<br />
consi<strong>de</strong>ra vital para a arte que haja transmissão <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> uma pessoa para outra. O<br />
espectador não po<strong>de</strong> apaticamente receber aquilo que o artista buscou transferir em sua obra. Ao<br />
contrário, tem <strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixar contaminar. A arte é vista como uma via <strong>de</strong> comunicação. Só existe<br />
verda<strong>de</strong>ira arte se houver transmissão <strong>de</strong> informação através das emoções vividas por ambas as<br />
partes. O espectador tem <strong>de</strong> ser capaz <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r aquilo que o artista propôs comunicar. Por<br />
exemplo, se o artista sentiu medo ao produzir a obra e queria comunicar tal medo, o público <strong>de</strong>ve<br />
sentir o mesmo medo ao entrar em contato com sua arte. Assim, sucessivamente com qualquer<br />
outro sentimento, sendo sempre a emoção o canal usado para a comunicação. Por isso este<br />
gênero <strong>de</strong> teorias ficou marcado como expressionismo ou expressão <strong>de</strong> emoção 40 .<br />
Contudo, no expressionismo não há diferenciação entre qualquer outro momento <strong>de</strong><br />
emoção daquele vivenciado quando do contato com obras <strong>de</strong> arte. Vamos usar o mesmo exemplo<br />
acima. Não se distingue o medo que uma criança sente ao ficar num quarto escuro do medo que<br />
38 CARROLL, 2005, p. 61.<br />
39 TOLSTOI, 1997, p. 164-176.<br />
40 CARROLL, 2005, p. 61.<br />
25