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uma proposta de redução do déficit habitacional em

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3<br />

Em 1964 foi cria<strong>do</strong> o Sist<strong>em</strong>a Financeiro <strong>de</strong> Habitação (SFH), Santos (1999, p. 7)<br />

consi<strong>de</strong>ra:<br />

[...] “o mais ambicioso programa governamental para o setor <strong>habitacional</strong> jamais feito<br />

no Brasil, o qual financiou mais <strong>de</strong> seis milhões <strong>de</strong> novas habitações <strong>em</strong> seus mais <strong>de</strong><br />

trinta anos <strong>de</strong> existência. A experiência <strong>do</strong>s erros e acertos <strong>do</strong> SFH até hoje repercute na<br />

discussão acerca da questão <strong>habitacional</strong> brasileira.”<br />

O BNH não reavivou gran<strong>de</strong>s esperanças para a população carente, foram frustra<strong>do</strong>s<br />

muitos programas e projetos que, por lei, seriam <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à construção <strong>de</strong> casas, apartamentos<br />

e infra-estrutura urbana (luz, água, esgoto). Neste perío<strong>do</strong>, o BNH (1964/1986) estruturou <strong>uma</strong><br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> agentes financeiros priva<strong>do</strong>s, fortaleceu o merca<strong>do</strong> imobiliário, a indústria <strong>de</strong> construção<br />

e intensificou habitações <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> escala para as classes média e alta, s<strong>em</strong> <strong>uma</strong> política <strong>de</strong><br />

subsídios à habitação popular <strong>de</strong> baixa renda. (MARICATO, 1988, p. 31)<br />

O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrédito <strong>do</strong> SFH agravou-se na década <strong>de</strong> 80. Em 1986, o SFH passou<br />

por <strong>uma</strong> profunda reestruturação com a edição <strong>do</strong> Decreto-Lei nº 2.291/86, que extinguiu o BNH<br />

e <strong>de</strong>legou suas atribuições entre o então Ministério <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano e Meio<br />

Ambiente (MDU), o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central <strong>do</strong> Brasil (BACEN)<br />

e a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral (CEF).<br />

Car<strong>do</strong>so, et al. (1996 p.1) relata:<br />

[...] <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a extinção <strong>do</strong> Banco Nacional <strong>de</strong> Habitação (BNH)5, <strong>em</strong> 1986, a habitação<br />

persiste como um b<strong>em</strong> inatingível para gran<strong>de</strong> parcela <strong>do</strong>s brasileiros. Mesmo aqueles<br />

que consegu<strong>em</strong> ter acesso a essa “merca<strong>do</strong>ria impossível”, o faz<strong>em</strong>, na maioria das<br />

vezes, <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> enorme precarieda<strong>de</strong>. Embora a ação <strong>do</strong> BNH fosse falha <strong>em</strong><br />

muitos pontos, com a sua extinção, a moradia popular ficou órfã, passan<strong>do</strong> por vários<br />

ministérios e secretarias 6 , s<strong>em</strong> que se conseguisse <strong>de</strong>finir, com clareza, um padrão <strong>de</strong><br />

política pública a ser impl<strong>em</strong>enta<strong>do</strong> no país.<br />

1.2 A carência <strong>de</strong> moradias a<strong>de</strong>quadas ou <strong>déficit</strong> <strong>habitacional</strong><br />

Com os eleva<strong>do</strong>s custos <strong>do</strong>s lotes urbanos e <strong>do</strong>s materiais básicos para a construção, o difícil<br />

acesso das pessoas carentes ao sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> financiamento da casa própria, as constantes correções<br />

nas prestações mensais, fez-se com que o valor final da moradia se tornasse inacessível para <strong>uma</strong><br />

5<br />

Decreto - Lei nº 2291/86, extinção <strong>do</strong> BNH, incorpora o acervo <strong>do</strong> extinto BNH, entre a CEF e o Conselho<br />

Monetário Nacional.<br />

6<br />

Com a extinção <strong>do</strong> BNH, o Programa Habitacional Brasileiro passa a ser gerencia<strong>do</strong> pelo Ministério <strong>do</strong><br />

Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente <strong>em</strong> 1985, pelo Ministério da Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente<br />

<strong>em</strong>1987, pelo Ministério <strong>do</strong> B<strong>em</strong>-Estar Social <strong>em</strong> 1988, pelo Ministério da Ação Social <strong>em</strong> 1990, pela Secretaria<br />

<strong>de</strong> Política Urbana <strong>do</strong> Ministério <strong>de</strong> Planejamento e Orçamento <strong>em</strong> 1995, e a partir <strong>de</strong> 1999 pela Secretaria<br />

Especial <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano da Presidência da República.

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