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entre o singular eo coletivo o AColHIMENto DE - Instituto Fazendo ...

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tendo em vista o caminho que percorremos até aqui, entendemos<br />

que o autor, ao referir-se a um “substituto materno inadequado”, descreve<br />

um adulto que se limita a executar cuidados mecânicos, de forma<br />

anônima e impessoal.<br />

se a separação permanece ainda sombria no campo do acolhimento<br />

institucional de bebês e crianças pequenas, a “carência afetiva” é<br />

também um ponto que merece destaque. há um dado extremamente<br />

importante, que escapa a spitz, mas que podemos encontrar em Aubry<br />

(2004) e em Winnicott (2001): o fato de um bebê ter sido separado de<br />

seus pais não implica que seja carente de cuidados maternos; mais do<br />

que isso, faz muita diferença para o modo como ele vivenciará a separação<br />

e também para o modo como poderá ser recebido em uma instituição<br />

de acolhimento, se existiram para ele as experiências relativas<br />

à função materna, ou se está pela primeira vez diante de um cuidador<br />

que poderá subjetivá-lo. retomando o exemplo de Wiliam (capítulo 4),<br />

as educadoras fizeram uma leitura, a partir do modo como este bebê<br />

se apresentava, de que ele pôde contar com os cuidados maternos antes<br />

de ser acolhido. marcela, citada alguns parágrafos acima, foi separada<br />

de sua mãe logo após o nascimento e encontrou na enfermeira<br />

que acompanhou seus primeiros dias de vida um cuidador disponível<br />

e atento, de modo que era possível reconhecer traços deste cuidado<br />

inscritos no seu corpo, desde que ela chegou ao abrigo. Já o bebê gabriel<br />

(introdução), teve que contar com o pessoal do abrigo – adultos e<br />

crianças – até mesmo para a escolha de seu nome.<br />

Feito esse retorno às pesquisas de spitz, o que queremos destacar –<br />

e é o fio condutor desta publicação – é que a separação, em si, não é<br />

nociva, desde que o bebê encontre um substituto adequado, ou seja,<br />

um educador disponível e preparado para recebê-lo. este, para tanto,<br />

precisará contar com a estrutura do abrigo, com as outras instâncias<br />

implicadas no acolhimento institucional (como a Vara da infância e o<br />

conselho tutelar) e com espaços de formação e supervisão.<br />

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